Lançamento da reimpressão do livro 'O mundo falava árabe', da historiadora Beatriz Bissio, aborda visões de Ibn Khaldun e Ibn Batuta sobre o tema. Encontro ocorre dia 13, em São Paulo.
Obra destaca importância do idioma árabe
São Paulo – No próximo dia 13, acontece em São Paulo o lançamento da reimpressão do livro O mundo falava árabe, da historiadora Beatriz Bissio. O evento abordará o início da civilização árabe-islâmica com base nos textos do historiador Ibn Khaldun e do viajante Ibn Battuta, importantes personalidades árabes do século 14, que formam a base do livro da escritora uruguaia radicada há 30 anos no Brasil.
“Tentei entender a civilização árabe-islâmica desde sua fundação. Ibn Khaldun reconta a história de sua família até chegar aos assessores do profeta [Maomé]. Ele era descendente do profeta”, conta Bissio. “Ibn Battuta era de origem berbere e era muçulmano. Minha tese foi uma tentativa de estabelecer um diálogo entre essas duas obras. Cada uma representativa de um olhar de um muçulmano sobre sua cultura.”
O marroquino Ibn Battuta viveu de 1304 a 1368 e viajou por quase três décadas, passando por pelo menos 44 países da atualidade. “Ibn Batuta faz um descrição minuciosa de comportamentos, hábitos, culinária. É um documento precioso”, afirma. “Cada uma dessas obras são obras de mais de mil páginas, são muito densas”, avalia Bissio. “Khaldun é considerado o fundador da moderna sociologia. Ainda hoje é um dos maiores pensadores”, diz a autora sobre o tunisiano, que viveu de 1332 a 1406.
Para ela, o século 14 foi um momento “bastante significativo” da sociedade árabe-islâmica. “É um período em que este mundo se sente em fase de transição, se sente ameaçado pelos cristãos, turcos e mongóis, e inicia uma reflexão e uma introspecção, tentando resgatar o seu legado”, explica. Segundo Bissio, na época a língua árabe desempenhava um papel fundamental naquela sociedade, por ser a língua do Corão, da política e dos livros, por isso o título do livro destaca a importância do idioma.
O mundo falava árabe foi lançado no final do ano passado como resultado da pesquisa feita por Bissio para seu doutorado em História, em 2008, para a Universidade Federal Fluminense (UFF). O professor de língua e literatura árabe da Universidade de São Paulo, Mamede Jarouche, que participou da banca de avaliação de Bissio, também integra o bate-papo com o público, que ocorre no Memorial da América Latina, às 19 horas.
Antes de se tornar historiadora, Bissio trabalhou como jornalista por mais de 20 anos. Ela cobriu eventos como a guerra civil no Líbano e entrevistou importantes políticos árabes como o ex-presidente palestino Yasser Arafat e o ex-presidente do Iraque Saddam Hussein. Atualmente, ela é professora adjunta do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Serviço
Lançamento do livro O mundo falava árabe
Dia 13 de junho, às 19 horas
Local: Biblioteca Latino-Americana no Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo
Entrada gratuita
“Tentei entender a civilização árabe-islâmica desde sua fundação. Ibn Khaldun reconta a história de sua família até chegar aos assessores do profeta [Maomé]. Ele era descendente do profeta”, conta Bissio. “Ibn Battuta era de origem berbere e era muçulmano. Minha tese foi uma tentativa de estabelecer um diálogo entre essas duas obras. Cada uma representativa de um olhar de um muçulmano sobre sua cultura.”
O marroquino Ibn Battuta viveu de 1304 a 1368 e viajou por quase três décadas, passando por pelo menos 44 países da atualidade. “Ibn Batuta faz um descrição minuciosa de comportamentos, hábitos, culinária. É um documento precioso”, afirma. “Cada uma dessas obras são obras de mais de mil páginas, são muito densas”, avalia Bissio. “Khaldun é considerado o fundador da moderna sociologia. Ainda hoje é um dos maiores pensadores”, diz a autora sobre o tunisiano, que viveu de 1332 a 1406.
Para ela, o século 14 foi um momento “bastante significativo” da sociedade árabe-islâmica. “É um período em que este mundo se sente em fase de transição, se sente ameaçado pelos cristãos, turcos e mongóis, e inicia uma reflexão e uma introspecção, tentando resgatar o seu legado”, explica. Segundo Bissio, na época a língua árabe desempenhava um papel fundamental naquela sociedade, por ser a língua do Corão, da política e dos livros, por isso o título do livro destaca a importância do idioma.
O mundo falava árabe foi lançado no final do ano passado como resultado da pesquisa feita por Bissio para seu doutorado em História, em 2008, para a Universidade Federal Fluminense (UFF). O professor de língua e literatura árabe da Universidade de São Paulo, Mamede Jarouche, que participou da banca de avaliação de Bissio, também integra o bate-papo com o público, que ocorre no Memorial da América Latina, às 19 horas.
Antes de se tornar historiadora, Bissio trabalhou como jornalista por mais de 20 anos. Ela cobriu eventos como a guerra civil no Líbano e entrevistou importantes políticos árabes como o ex-presidente palestino Yasser Arafat e o ex-presidente do Iraque Saddam Hussein. Atualmente, ela é professora adjunta do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Serviço
Lançamento do livro O mundo falava árabe
Dia 13 de junho, às 19 horas
Local: Biblioteca Latino-Americana no Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo
Entrada gratuita
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