terça-feira, 11 de junho de 2013

Grupo pesquisa relações entre árabes e América Latina


O 'New Generation Consulting', do Líbano, reúne pesquisadores e empresários para estudar temas políticos e sociais que envolvem as duas regiões. Iniciativa busca aproximação com entidades brasileiras.


São Paulo – Há dois anos, um grupo de pesquisadores de diferentes nacionalidades decidiu se juntar para formar um centro de estudos que analisasse as relações entre os países do Oriente Médio e Norte da África e as nações da América Latina. Daí nasceu o New Generation Consulting, think tank com sede no Líbano e que está buscando aproximação com entidades brasileiras.
Aurea Santos/ANBA
Al Khatib e Herrera buscam apoio no Brasil
“Há um potencial muito forte e grande entre as regiões do mundo árabe e da América Latina em termos de diáspora, de cultura, de comércio. Há complementaridades fortes, mas ninguém realmente focou em como criar pontes entre ambas as regiões”, afirmou a franco-chilena Janaina Herrera, diretora-geral do think tank. Ela e o libanês Issam Al Khatib, COO e consultor tecnológico do centro de estudos, visitaram a sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileirana semana passada e foram recebidos pelo diretor-geral da entidade, Michel Alaby.

New Generation Consulting conta com dez profissionais de diferentes áreas, Economia, Antropologia, Ciência Política e Diplomacia, entre outros. O centro conta também com uma rede de apoiadores que inclui empresários que ajudam o projeto.

“O modelo de nossa iniciativa é ter um lado de consultoria para empresas, câmaras de comércio e fundações, e esse dinheiro vai financiar pesquisas independentes sobre as relações entre as duas regiões”, explicou Herrera. Os projetos que geram receita não precisam ser ligados a relações do mundo árabe com a América Latina.
Um destes projetos financiadores foi realizado para a ONG suíça New Cities Foundation e pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. “É um projeto muito lindo no qual fizemos uma parceria com empresas como General Eletric e Cisco para ajudar no tema de acesso à saúde no morro Santa Marta, no Rio”, destacou.

Nas pesquisas sobre o mundo árabe, há diferentes focos, com destaque para os temas políticos e sociais. “É um momento de transformações fortes no mundo árabe e nós focamos muito para entender as causas mais profundas sociais e econômicas desta transformação. Trabalhamos muito com temas no Egito e na Síria, para entender o que está acontecendo lá, o que traz consequências para toda a região”, afirmou Herrera.

“Também trabalhamos com temas como meio ambiente. Achamos que isso vai determinar tendências fortes para o futuro da região e do comércio. Atuamos ainda com temas mais sociais, como a relação entre a mulher e o Islã”, explicou.

Na América Latina, o think tank tem colaboradores no Brasil, na Argentina e no Chile. “São os países com que mais temos relações, mas somos jovens, ainda estamos em fase de desenvolvimento dos nossos projetos” disse a diretora-geral.

Herrera relata que ela e Al Khatib estão no Brasil há um mês fazendo pesquisas e trabalhando para o desenvolvimento de negócios, o que inclui a busca de empresas para apoiar os projetos de pesquisa do centro.

“A Câmara de Comércio Árabe Brasileira é um ator dinâmico, privado, que tem um papel muito importante e estratégico nesta aproximação regional entre os homens de negócios e os pesquisadores”, disse a executiva sobre sua visita à entidade.

“Também falamos na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com a direção de relações exteriores. Eles estão preparando uma delegação para ir ao Egito, após a visita do [presidente Mohammed] Morsi. Foi interessante entender qual a visão da Fiesp sobre essa relação. Também vamos falar com o Clube Monte Líbano, vamos ter contatos com a diáspora árabe brasileira para entender um pouco qual o interesse das comunidades aqui”, revelou.

A visita a São Paulo também vai render material de pesquisa para o centro de estudos. “No final deste mês aqui em São Paulo, vamos redigir um informe sobre a pesquisa aqui e as conversas que tivemos com todos os atores, públicos e privados, sobre o futuro das relações entre o Brasil e o mundo árabe”, completou Herrera.

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