terça-feira, 11 de junho de 2013

Exposição traz memórias do Líbano


Fotógrafo mineiro Gui Mohallem mostra em 'Tcharafna', fotos, vídeos e objetos de sua visita à cidade de Fakiha, no Líbano, onde foi conhecer a história de sua família. Exibição em São Paulo segue até 18 de julho.


Gui Mohallem
Fotos mostram paisagens em Fakiha
São Paulo – Da pequena cidade de Fakiha, no nordeste do Líbano, o fotógrafo mineiro Gui Mohallem trouxe imagens, objetos, vídeos e sons que marcaram sua primeira viagem à terra de seus pais. Este conjunto de lembranças forma a mostra Tcharafna, que acontece em São Paulo até 18 de julho, na Galeria Emma Thomas.

Música instrumental e a voz de um homem falando em árabe ambientam a exposição, que exibe fotos e vídeos de paisagens, objetos e pessoas que Mohallem conheceu nas seis semanas em que passou no Líbano.

“Tentei fazer um diálogo entre vídeos, fotos e objetos, para que eles se afetassem mutuamente. Fiz muitos vídeos e fotos e também coletei imagens de arquivo da minha família. Queria fazer uma exposição em que eles se comunicassem”, diz.

Durante o tempo que passou em Fakiha, o fotógrafo conheceu sua família, experimentou a culinária local e pôde pensar sobre o significado que a migração teve para seu pai. O nome da exposição, aliás, remete a esta apresentação do artista a suas origens. Em árabe, a palavra tcharafna é uma expressão usada para dizer “Prazer em conhecê-lo”.

“Voltei muito diferente. Descobri do que meu pai abriu mão para estar aqui e isso foi muito forte”, afirma. O pai do fotógrafo, hoje com 80 anos, deixou o Líbano aos 19, por razões econômicas, e veio morar no Brasil com os irmãos, que já viviam no País.
Reprodução
Mohallem encontra tia de 101 anos
 O vídeo principal da exposição, com duração de cinco minutos, mostra um dos momentos mais importantes da visita do fotógrafo ao Líbano. “É um encontro meu com uma tia de 101 anos que eu nem sabia que existia. Falei com ela em árabe. Aprendi árabe para me aproximar das pessoas”, conta.

Mohallem revela que tinha aulas particulares de árabe todos os dias. “Aprender uma língua é aprender um modo de pensar”, afirma. Os outros vídeos da mostra revelam cenas do cotidiano da pequena cidade, com moradores passeando pelas ruas, limpando suas casas e outros acontecimentos da vida simples em Fakiha.

Para o fotógrafo, a exposição é uma chance de compartilhar com outros descendentes de libaneses a experiência que teve na terra de seus pais. “Queria muito ter diálogo com a comunidade libanesa e ver em que eles se identificam. A exposição é importante para ter a oportunidade de ouvir como essa experiência ressoa nestas pessoas que têm uma experiência parecida”, completa.

Serviço
Tcharafna
Até 18 de julho, na Galeria Emma Thomas
Rua Estados Unidos, 2205 – São Paulo
De segunda a sexta das 11h às 19h, aos sábados, das 11h às 17h
Entrada gratuita

Nenhum comentário:

Postar um comentário