Foto-Reuters
Países que apoiam os rebeldes sírios, pediram no último sábado (22) que o Irã e o Hezbollah parem de se intrometer na guerra civil do país, afirmou o chanceler francês, Laurent Fabius.
"Somos totalmente contra a internacionalização do conflito", disse ele a jornalistas depois de uma reunião com ministros das Relações Exteriores, dos chamados Amigos da Síria em Doha.
Nessa reunião, também ficou decidido que Qatar, irá apoiar os rebeldes sírios com armas sofisticadas.
Mais cedo, na abertura da reunião, o Sheikh Hamad bin Jassem al-Thani, do Qatar, pediu para as autoridades libanesas impedirem, o envolvimento de qualquer partido libanês nos conflitos da Síria.
Por sua vez, John Kerry, Secretário de Estado dos EUA, disse que o presidente sírio, Bashar Assad, "ultrapassou os limites, buscando o apoio do Irã e dos combatentes libaneses", em uma referência ao Hezbollah.
Kerry acusou Assad de "internacionalização" do conflito que já custou cerca de 100.000 vidas.
Até mesmo no Líbano, diversos políticos estão contra o envolvimento do Hezbollah, pois afirmam que essa ação, coloca o Líbano em risco, com grandes probabilidades de conflitos internos, e uma possível agressão israelense.
O presidente Michel Sleiman, também criticou o envolvimento do Hezbollah, na guerra da Síria.
Sleiman, em seus comentários ao Diário libanês, disse que as ações do Hezbollah na Síria são contra o estatuto jurídico do país.
Com o apoio do Hezbollah, o exército sírio conquistou várias áreas, retomando uma cidade estratégica, Qusair, perto da fronteira com o Líbano.
O Hezbollah admitiu abertamente que está lutando ao lado das tropas do presidente Bashar Assad, em uma tentativa de reprimir o que considera um plano americano-israelense.
O presidente libanês disse ainda, que tinha sido franco com o Hezbollah sobre seu empreendimento na Síria.
"Avisei o Hezbollah, e eu não os trai ou escondi minha opinião. Desde o início eu disse a eles que eu sou contra esse tipo de comportamento, assim como também me oponho a qualquer tipo de ação em Golan, porque isso expõe a resistência, e o Líbano ao inimigo, Israel ", disse ele.
"Eu disse que iria defender a resistência por todos os meios, mas eu quero proteger a resistência de si mesma, e quando eu achar que o Hezbollah está errado eu vou criticá-lo e não elogiá-lo", disse ele.
Mas o presidente também deixou claro, que não é só o Hezbollah que atua na Síria, mas há diversos grupos, inclusive partidos favoráveis aos rebeldes.
Em 2011, os líderes políticos libaneses concordaram em distanciar o Líbano de crises regionais. Esse pacto veio a ser conhecido como a "Declaração de Baabda".
Chadia Kobeissi
Gazeta de Beirute
23/06/2013
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