quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Chico de Oliveira debate “A crítica da razão dualista” na USP


Chico de Oliveira debate “A crítica da razão dualista” na USP

Série de debates celebra 40 anos da obra que propôs uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época. As referências do sociólogo estavam no marxismo e nas teses da Cepal – as quais, para ele, fazem pouco sentido nos dias de hoje. “O Brasil é, ao mesmo tempo, centro e periferia. E, mesmo assim, é uma periferia nova”, afirma.

São Paulo – Os 40 anos do ensaio "A economia brasileira: crítica à razão dualista", do sociólogo da USP Francisco de Oliveira, vêm sendo celebrados com debates em diversas universidades. Em um desses encontros, na própria USP, foi possível ouvir a avaliação de Oliveira sobre esse clássico das ciências humanas do Brasil lançado em 1972 e a pertinência de sua abordagem nos dias atuais.

No ensaio, hoje republicado em livro pela editora Boitempo, Oliveira propôs uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época. Para ele, os intelectuais de então mantinham esquemas teóricos da economia de mercado ao analisar a pobreza nos países periféricos. Essa dualidade levava a visões reformistas que reduziam a luta de classes à demanda.

As referências do sociólogo estavam no marxismo e nas teses da Cepal – as quais, para ele, fazem pouco sentido nos dias de hoje. “A teoria cepalina, que orientou a política econômica de quase todos os países da América Latina, perdeu os pés, já que a teoria centro-periferia está completamente reestruturada”, disse ele, no debate realizado dia 25 de setembro. 

Oliveira lembrou que a globalização traz novos desafios à compreensão teórica do Brasil, já que muda “os termos da relação centro-periferia”. “O Brasil é, ao mesmo tempo, centro e periferia. E, mesmo assim, é uma periferia nova”, afirmou. 

Em 2003, ele publicaria “Crítica à razão dualista/ O ornitorrinco” (Boitempo). Além do relançamento do texto clássico, o novo ensaio (O ornitorrinco) usava a imagem desse animal meio mamífero, meio ave para explicar o capitalismo de um Brasil que não se enquadrava nos modelos teóricos formais existentes.

Próximo debate sobre os 40 anos de "A economia brasileira: crítica à razão dualista"
04/10 | Quinta-feira | 17h30 | São Paulo (SP)
FFLCH-USP
Anfiteatro de história 
Av. Prof. Lineu Prestes, 338 | Cidade Universitária
Com a presença de Francisco de Oliveira, Marcelo Ridenti, Roberto Schwarz e Paul Singer

*Com informações de Ana Paula Salviatti

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