quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Grupo Delta Cafés lança marca global e aposta em dez novos países



Quinta-Feira, 25 Outubro de 2012


Mundo Português
Uma marca global, que passa a trabalhar os mesmos produtos, com a mesma imagem, em todos os mercados em que está presente. Esta é uma das estratégias do plano de crescimento do Grupo Delta Cafés a partir de 2013, apresentado em Lisboa por três gerações da família Nabeiro.

Rui Nabeiro, fundador do Grupo, afirmou que “é nas dificuldades que o homem se supera” para acrescentar que apesar do momento atual, “acreditamos que conseguiremos fazer mais”.
Coube a João Manuel Nabeiro, administrador, revelar a nova imagem do grupo, “mais atual e inovadora”, que pretende reforçar a globalização da marca, “uniformizando toda a imagem da Delta pelo mundo. No novo logo, são reforçadas as linhas do triângulo, e foi recuperada a caixa alta no lettering, usada nos anos 60. A assinatura da marca, que até aqui era «A verdade do café» passa a ser «O café da sua vida», acompanhada por um coração. “Uma frase simples que pretende ocupar o território da qualidade”, explicou João Manuel Nabeiro.

A mudança de imagem será feita de forma gradual, a nível nacional e internacional e inclui mudanças também a nível de embalagens e nomes dos lotes de café, de maneira a uniformizar essa mesma imagem. Assim, o lote Diamante para a ser Diamond tanto em Portugal como nos outros países para onde a Delta Cafés exporta. O mesmo aplica-se ao lote Platina, que passa a Platinum. A empresa lançou ainda o Gran Aroma, uma nova referência no café de saco para o retalho, destinada exclusivamente para a exportação.

Com esta mudança na imagem o Grupo pretende passar uma mensagem de “universalidade, modernidade, internacionalidade, mas aliada à simplicidade e familiaridade”, explicou João Manuel Nabeiro.
Entrar em dez novos países
A apresentação da nova imagem do grupo e do plano de crescimento para 2013 realizou-se em Lisboa, no Torreão Nascente do Terreiro do Paço.

Numa altura em que a exportação representa 25 por cento do volume de negócios da empresa, o Grupo Delta Cafés anunciou que quer estar em mais dez novos mercados até 2014. Pretende ainda que os mercados externos representem, no final de 2013, 30 por cento da faturação, e conseguir crescer, até 2014, a um ritmo de 25 por cento por ano fora de Portugal.

“A marca Delta está bem alicerçada e pretende dar esse salto”, explicou Rui Miguel Nabeiro, um dos administradores do grupo e neto do fundador, Rui Nabeiro.

A empresa já está presente em 35 países, cinco dos quais de forma direta: Angola, onde têm uma fábrica, Espanha, França, Luxemburgo e Brasil. Neste último país, os cafés Delta são comercializados no Grupo Pão de Açúcar e a empresa têm ainda uma loja, aberta em fevereiro de 2011 na cidade de Vitória, onde comercializa o café em cápsulas.

“Queremos criar uma marca mais global”, afirmou ainda o administrador. Sem especificar quais serão os dez novos países onde pretender entrar, por ainda estar a fechar contratos, Rui Miguel Nabeiro admitiu que para a empresa “faz muito sentido, dada a nossa posição já firme no mercado francês, reforçar o centro da Europa” e lembrou que há um continente onde o Grupo ainda não tem nenhuma posição: a Ásia. “Estamos a estudar a possibilidade de exportar para lá algum café”, revelou.

“A Delta Cafés é uma marca com mais de 50 anos de história que durante as várias décadas garantiu sempre o seu desenvolvimento e expansão através da inovação, aposta numa forte rede comercial, acompanhando as necessidades dos seus consumidores, nos diferentes mercados. Pretendemos continuar a reforçar a nossa liderança e abertura a novos mercados, pensando globalmente e agindo localmente”, sublinhou o administrador.

À margem da apresentação Rui Miguel Nabeiro lembrou aos jornalistas presentes que normalmente o Grupo opta “por avançar logo com as cápsulas”, porque “permitem fidelização e um crescimento mais rápido”. “No entanto, a nossa ambição é levar para todos os países, todos os produtos que produzimos”, avançou. Sobre o investimento externo, disse estar a correr “perfeitamente dentro do esperado”. “O Brasil um pouco atrás, porque é um bocado mais burocrático do que aquilo que estávamos à espera. Mas o lançamento do Delta Q está a correr bem e estamos a cumprir as metas”.

Referiu Espanha como o mercado internacional “mais importante para a Delta Cafés”, por representar 50 por cento do volume de negócio externo do grupo. “É um mercado que está a crescer perfeitamente alinhado com os outros. Em Espanha este anos estamos com 20 por cento de crescimento e acima das nossas expectativas”, revelou ainda.

Sobre Angola, destacou ser um mercado onde acreditam poder “crescer bastante.” “Já temos uma quota de mercado extremamente elevada e que estimamos esteja próxima dos 90 por cento. Só podemos é reforçar, é um mercado que cresce muito, o consumo de café está acrescer, vamos trabalhar bastante para reforçar essa posição”, acrescentou.

O administrador referiu que acima de tudo de tudo, o Grupo quer cada vez mais, “tratar da mesma maneira” todos os mercados em que estão presentes, explicando a decisão de avançar para uma marca que agora é global, “que trabalha da mesma maneira em todos os mercados em que está presente, com os mesmos produtos, o que não acontecia até aqui”. “Consideramos ser muito mais enriquecedor trabalhar uma marca global, com produtos globais. A chávena em que bebe o Café Delta em Lisboa é igual à que bebe o Café Delta em Paris ou em Madrid”, reforçou.
Rui Nabeiro
“A minha atitude é de esperança”

“Quando se gosta e se sabe gostar, o trabalho é algo maravilhoso”. Foi assim que Rui Nabeiro, iniciou a apresentação da estratégia de crescimento da empresa para os próximos anos. O fundador do Grupo Delta Cafés, recordou os principais momentos dos mais de 50 anos de história da marca de cafés portuguesa, desde a pequena torrefação aberta em Campo Maior até à empresa líder no mercado nacional e presente em 35 países. E deu a «fórmula» para criar uma empresa de sucesso. “Com trabalho, disciplina e método, consegui chegar onde queria. Houve momentos de dúvida, mas sou muito obediente a mim próprio. Com imaginação e acreditando que era possível, fomos abrindo brechas e as oportunidades foram surgindo”.
À margem da apresentação, explicou ao MUNDO PORTUGUÊS o «segredo» para, numa época de crise, manter a empresa em crescimento e os trabalhadores confiantes. “Nós até hoje não tiramos o lugar a ninguém. Estamos a trabalhar da mesma forma, reforçamos o mercado externo e não corremos ainda riscos. Estamos atentos, mas estamos com estabilidade suficiente”, afirmou, destacando a ligação diária que mantém com os trabalhadores em Campo Maior. “Todos os dias percorro a fábrica e o escritório mais de uma vez. A minha atitude é de esperança, que é isso que levo, esperança. Não pressionar, mas aconselhar um melhor trabalho, uma melhor atitude. Sabermos ajudar o companheiro, ajudar a empresa, até na rua. São atitudes naturais, que nascem com as pessoas”, afirmou acrescentando que “será um desgosto muito grande se tiver que mandar embora algumas das minhas pessoas”.

Questionado sobre até onde gostaria de levar o seu Grupo, afirmou que quer vê-lo chegar “o máximo possível”. “As épocas não são as mesmas, temos que pensar que o mundo mudou. E não mudou para pararmos, foi para pensarmos e ao mesmo tempo ajudarmo-nos uns aos outros. Há muita coisa para fazer neste mundo e se nós quisermos, não precisamos que os outros resolvam os nossos problemas, É isso que estamos a tentar fazer na nossa empresa”.

Ana Grácio Pinto
apinto@mundoportugues.org
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