ANDI
Agência de Notícias dos Direitos da Infância
Adital
Por Eduardo Biavati
Eduardo Biavati (eduardo.biavati@me.com)
sociólogo, escritor e especialista em educação e segurança no trânsito
sociólogo, escritor e especialista em educação e segurança no trânsito
Um braço no parabrisa... realmente é coisa de uma sociedade que perdeu os dedos faz tempo.
Escreveria um conto sobre um braço enganchado no parabrisa, na fuça do motorista, cruzando sampa... tenho alguma dúvida se o braço, porém, não ficou dentro do carro. Mas, onde? No colo do motorista? No colo do amigo passageiro? Nos pés, entre os pedais?
Depois me perguntei: quantos braços ou pedaços de gente se perdem nas franjas pobres de sampa? Por que gastar tempo escrevendo sobre uma tragedia que SÓ se tornou relevante (com direito a diagramas e páginas inteiras) porque maculou o território da alta classe - tem espaço viário mais perfeito no Brasil?
Pedestres e ciclistas vivem em rota de colisão – e com eles vai junto muito de nossa civilidade. Cada um que tomba grita que vivemos em cidades hostis, desiguais e desumanas. Gritou dessa vez a tragédia sofrida pelo jovem David Souza. Ela expõe mais uma vez a omissão gigantesca do Poder Público, em São Paulo, assim como em todo o país, em cuidar dos cidadãos mais vulneráveis.
A nova tragédia na Avenida Paulista repõe uma questão crucial: é possível partilhar a via? Os franceses conclamam: "partager la route!” Na vida real, porém, as coisas não são tão simples. Promover o uso da bicicleta sem oferecer um padrão de segurança viária para esse veículo, em uma cidade cujo sistema viário encontra-se além da saturação, é uma política irresponsável.
Como garantir segurança quando misturamos na mesma via veículos cuja massa e velocidade são tão superiores às da bicicleta? Pensamos imediatamente em ciclovias! A ciclovia é a prova de que não é possível garantir segurança a todos os usuários da via ao mesmo tempo. VIVA A CICLOVIA!
Muito mais ousado, porém, seria revermos os limites de velocidade nos centros urbanos, como fizeram os europeus e norte-americanos ao longo da década de 1980.
A velocidade muda TUDO. A 30 km/h restituimos um equilíbrio perdido: tornamo-nos capazes de nos ver no trânsito. Equalizam-se as disparidades, a partir da escala mais humana da bicicleta e asseguram-se condições de segurança melhores para os usuários mais frágeis.
Queremos mesmo partilhar as vias por aqui? Lutemos, então, pela revisão dos limites de velocidade: na avenida paulista, 50km/h, no máximo; nas vias locais 20 ou menos, e assim por diante. VIVA A BAIXA VELOCIDADE! Vamos encarar?
Escreveria um conto sobre um braço enganchado no parabrisa, na fuça do motorista, cruzando sampa... tenho alguma dúvida se o braço, porém, não ficou dentro do carro. Mas, onde? No colo do motorista? No colo do amigo passageiro? Nos pés, entre os pedais?
Depois me perguntei: quantos braços ou pedaços de gente se perdem nas franjas pobres de sampa? Por que gastar tempo escrevendo sobre uma tragedia que SÓ se tornou relevante (com direito a diagramas e páginas inteiras) porque maculou o território da alta classe - tem espaço viário mais perfeito no Brasil?
Pedestres e ciclistas vivem em rota de colisão – e com eles vai junto muito de nossa civilidade. Cada um que tomba grita que vivemos em cidades hostis, desiguais e desumanas. Gritou dessa vez a tragédia sofrida pelo jovem David Souza. Ela expõe mais uma vez a omissão gigantesca do Poder Público, em São Paulo, assim como em todo o país, em cuidar dos cidadãos mais vulneráveis.
A nova tragédia na Avenida Paulista repõe uma questão crucial: é possível partilhar a via? Os franceses conclamam: "partager la route!” Na vida real, porém, as coisas não são tão simples. Promover o uso da bicicleta sem oferecer um padrão de segurança viária para esse veículo, em uma cidade cujo sistema viário encontra-se além da saturação, é uma política irresponsável.
Como garantir segurança quando misturamos na mesma via veículos cuja massa e velocidade são tão superiores às da bicicleta? Pensamos imediatamente em ciclovias! A ciclovia é a prova de que não é possível garantir segurança a todos os usuários da via ao mesmo tempo. VIVA A CICLOVIA!
Muito mais ousado, porém, seria revermos os limites de velocidade nos centros urbanos, como fizeram os europeus e norte-americanos ao longo da década de 1980.
A velocidade muda TUDO. A 30 km/h restituimos um equilíbrio perdido: tornamo-nos capazes de nos ver no trânsito. Equalizam-se as disparidades, a partir da escala mais humana da bicicleta e asseguram-se condições de segurança melhores para os usuários mais frágeis.
Queremos mesmo partilhar as vias por aqui? Lutemos, então, pela revisão dos limites de velocidade: na avenida paulista, 50km/h, no máximo; nas vias locais 20 ou menos, e assim por diante. VIVA A BAIXA VELOCIDADE! Vamos encarar?
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