Em 'Viagem à Palestina – Prisão a céu aberto', a jornalista Adriana Mabilia mostra a luta de mulheres palestinas na resistência pacífica à ocupação e como o cerco israelense afeta suas vidas.
São Paulo – No início de 2009, a jornalista brasileira Adriana Mabilia embarcou sozinha para a Cisjordânia para contar fatos pouco ou quase nada conhecidos na mídia brasileira: a luta das mulheres palestinas na resistência contra a ocupação israelense. O resultado é uma seleção de histórias de mulheres fortes que, pacificamente, ajudam a manter de pé a esperança de um dia ver a criação de um Estado palestino livre. Estes relatos e sua própria experiência da viagem estão reunidos no livro Viagem à Palestina – Prisão a céu aberto, que será lançado nesta quarta-feira (24) pela editora Civilização Brasileira.
Mabilia (c), Nadia e o filho da palestina
Mabilia conta que sempre foi uma estudiosa do conflito israelo-palestino e que em sua pós-graduação em jornalismo internacional decidiu estudar como a imprensa brasileira cobria a mulher palestina nesta guerra. Durante a pesquisa, ela ficou em contato com palestinos e filhos de palestinos, até que surgiu a oportunidade de viajar.
No livro, Mabilia dá destaque às histórias de três mulheres, Nadia, Khaula e Suheier. “Foram as que mais me impressionaram. Elas dedicam suas vidas a conscientizar o povo palestino”, afirma a jornalista. Na obra, a autora fala sobre as ações destas mulheres, que trabalham para organizações não-governamentais. Entre palestras, protestos e demais atividades, elas levam informação a outras mulheres palestinas sobre seus direitos, além de oferecer apoio àquelas que tiveram familiares presos ou mortos.
“O drama palestino e a violência a que eles são submetidos são comuns a todos. Tanto que uma hora as histórias começam a se repetir, como os checkpoints (barreiras montadas pelo exército israelense para dificultar a circulação dos palestinos) e o fato de pessoas doentes que não podem sair para ser tratadas. Não existe um palestino que não sofra com a ocupação”, ressalta a autora.
Para ela, a viagem só reforçou a visão de que a mídia é falha em mostrar a real situação em que vivem os palestinos. “Vendo daqui, você não imagina que uma cidade inteira esteja sitiada, pensa que são só algumas partes. A Cisjordânia toda é ocupada, não existe uma área que não esteja sob ocupação”, diz.
No livro, Mabilia dá destaque às histórias de três mulheres, Nadia, Khaula e Suheier. “Foram as que mais me impressionaram. Elas dedicam suas vidas a conscientizar o povo palestino”, afirma a jornalista. Na obra, a autora fala sobre as ações destas mulheres, que trabalham para organizações não-governamentais. Entre palestras, protestos e demais atividades, elas levam informação a outras mulheres palestinas sobre seus direitos, além de oferecer apoio àquelas que tiveram familiares presos ou mortos.
“O drama palestino e a violência a que eles são submetidos são comuns a todos. Tanto que uma hora as histórias começam a se repetir, como os checkpoints (barreiras montadas pelo exército israelense para dificultar a circulação dos palestinos) e o fato de pessoas doentes que não podem sair para ser tratadas. Não existe um palestino que não sofra com a ocupação”, ressalta a autora.
Para ela, a viagem só reforçou a visão de que a mídia é falha em mostrar a real situação em que vivem os palestinos. “Vendo daqui, você não imagina que uma cidade inteira esteja sitiada, pensa que são só algumas partes. A Cisjordânia toda é ocupada, não existe uma área que não esteja sob ocupação”, diz.
Exército de Israel reprime protesto contra ocupação
Na opinião de Mabilia, a imprensa mundial cobre muito mal a Palestina “por falta de conhecimento e de correspondentes. No Brasil, cobrimos por agências internacionais, então, tudo fica pasteurizado. Alguns veículos têm correspondente no Oriente Médio, mas eles ficam em Tel Aviv, e é diferente estar em Tel Aviv e estar em Ramallah”, destaca.
Uma das “paisagens” que mais chamou a atenção da autora foi o muro construído por Israel, o qual ela podia ver do hotel no qual ficou hospedada, em Belém. “É assustador a primeira vez que se vê. Nós já tivemos na história um muro separando populações irmãs”, lembra, em referência ao muro de Berlim, na Alemanha.
“Do lado palestino é um muro de concreto grande e feio, mas do lado de Israel é todo decorado, parte por plantas, partes por pedras bonitas”, relata. O que ficou de cada um dos lados deste muro também é bem diferente dependendo de onde se está.
“Você olha o muro pelo lado palestino e vê uma terra seca, em Israel a vegetação está toda lá. Os rebanhos na Palestina não têm onde pastar, não tem grama. O muro foi construído de uma maneira que o verde ficasse todo em Israel”, explica.
Para Mabilia, o tema não se esgotou, ela já voltou à Palestina em 2011 e afirma que vai continuar acompanhando a situação da região. “Quero acompanhar o que vai mudar. Já são três gerações que vivem uma mesma situação”, completa.
O evento de lançamento do livro acontece na Livraria Cultura, em São Paulo, às 19h. A livraria fica no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073, piso térreo.
Uma das “paisagens” que mais chamou a atenção da autora foi o muro construído por Israel, o qual ela podia ver do hotel no qual ficou hospedada, em Belém. “É assustador a primeira vez que se vê. Nós já tivemos na história um muro separando populações irmãs”, lembra, em referência ao muro de Berlim, na Alemanha.
“Do lado palestino é um muro de concreto grande e feio, mas do lado de Israel é todo decorado, parte por plantas, partes por pedras bonitas”, relata. O que ficou de cada um dos lados deste muro também é bem diferente dependendo de onde se está.
“Você olha o muro pelo lado palestino e vê uma terra seca, em Israel a vegetação está toda lá. Os rebanhos na Palestina não têm onde pastar, não tem grama. O muro foi construído de uma maneira que o verde ficasse todo em Israel”, explica.
Para Mabilia, o tema não se esgotou, ela já voltou à Palestina em 2011 e afirma que vai continuar acompanhando a situação da região. “Quero acompanhar o que vai mudar. Já são três gerações que vivem uma mesma situação”, completa.
O evento de lançamento do livro acontece na Livraria Cultura, em São Paulo, às 19h. A livraria fica no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073, piso térreo.
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