Uma em cada quatro crianças menores de cinco anos sofre atrasos de crescimento devido a subnutrição crónica desde a gestação até aos dois anos de idade, revela um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgado esta segunda-feira.
Esquerda.Net
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Dados de 54 países de baixo e médio rendimento indicam que os problemas de crescimento começam durante a gravidez e continuam até aos 24 meses de idade e que, passada esta idade, "a recuperação do crescimento é mínima" e "os danos causados são em grande medida irreversíveis".
Acrescenta que uma criança com atraso de crescimento chega à idade adulta com maior propensão para ter excesso de peso e sofrer de doenças crónicas.
O relatório cita estudos recentes levados a cabo na África do Sul, Brasil, Guatemala, Índia e Filipinas que confirmam a relação entre os atrasos de crescimento e a frequência e o rendimento escolares baixos.
“O atraso de crescimento pode anular as perspetivas de futuro de uma criança e privar um país das suas perspetivas de desenvolvimento”, considerou o diretor executivo da UNICEF, Anthony Lake.
A UNICEF assinala ainda que na maior parte dos casos os atrasos de crescimento passam de geração em geração.
As mães subnutridas correm maior risco de que os seus bebés nasçam com baixo peso, adianta o estudo, que estima que entre 60 a 80 por cento das mortes neonatais ocorram em bebés com baixo peso.
Um terço das mortes de crianças menores de cinco anos "é imputável à subnutrição", e as crianças afetadas têm nove vezes mais probabilidade de morrer.
Ainda segundo o estudo, 80 por cento das crianças que sofrem atrasos de crescimento vivem em apenas 14 países, sendo que três quartos vivem na África subsariana e no sul da Ásia.
Na África subsariana, 40 por cento das crianças menores de cinco anos sofrem de atrasos de crescimento enquanto no sul da Ásia a percentagem é de 39 por cento.
Em 2011, os cinco países com o maior número de crianças menores de cinco anos afetadas por atrasos de crescimento eram a Índia (61,7 milhões), Nigéria (11 milhões), Paquistão (9,6 milhões), China (8 milhões) e Indonésia (7,5 milhões).
Para a UNICEF, os atrasos de crescimento e outras formas de subnutrição podem ser reduzidos através de "medidas simples (...) como a melhoria da nutrição das mães, o aleitamento materno exclusivo desde o nascimento, a administração de suplementos de vitaminas e minerais bem como uma alimentação adequada".
"Os dados de que dispomos sobre os progressos que têm sido alcançados mostram que é tempo de acelerar estes progressos", defendeu Anthony Lake.
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