Crédito e redução de preço disseminam o acesso à internet e transformam o Brasil. Confira análise de Renato Meirelles, do presidente do Datapopular
Renato Meirelles
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Inicialmente acessada pelas classes média e baixa em lan houses que, assim como surgiram, vêm desaparecendo, a vida digital vai ganhando espaço nos lares das classes C e D, em geral introduzida pelos jovens. Muitas vezes, eles mesmos pagam a conta dos planos de acesso, seja em casa ou no celular. Sem ter a mesma familiaridade com a rede, os pais consultam os filhos sobre vários assuntos, transformando o jovem no novo formador de opinião da classe média.
Acessar a rede também significa estar mais informado, com mais possibilidades de ampliar o repertório. A classe média busca tutoriais e notícias. Também está atenta a fontes alternativas de informação, faz comentários sobre empresas e produtos, busca e checa opiniões. Para esse público, a web é ferramenta até de mobilização, como aconteceu nas manifestações de junho do ano passado – 62% das pessoas souberam dos atos pelo Facebook e 29% por outros endereços digitais. Na hora de convocar pessoas para participar das manifestações, 75% disseram ter usado as redes sociais. Foi assim que o movimento ganhou força. Mais uma vez os jovens se sentiram protagonistas da história, como tem sido dentro de casa, ao introduzir o acesso à rede e propagar na família a importância dessa ferramenta. A democratização da internet, mesmo com todas as falhas e boatos da rede, traz uma importante ferramenta de pressão para a população: da denúncia do buraco na rua, ao compromisso dos governantes com a verdade.
Renato Meirelles é presidente do Instituto Data Popular
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