segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Bahia terá papel fundamental na segurança alimentar do mundo



A Bahia, com sua diversidade e potencial de expansão na produção agropecuária terá um papel fundamental na segurança alimentar do mundo” afirmou o secretário da Agricultura da Bahia e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri), engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao discutir em São Paulo, com mais de 600 líderes mundiais o futuro da agropecuária e o desafio da produção de alimentos. De acordo com ele, o Brasil é o grande celeiro do mundo, atraindo as atenções internacionais e tem potencial para aumentar a produção agropecuária.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que a população mundial crescerá 13% até 2030, passando de sete bilhões para oito bilhões. O número é ainda mais desafiador para as próximas décadas. A previsão é que em 2050 o número de habitantes chegue em 10 bilhões. Com este crescimento, a busca por alimentos se tornaria acirrada e o agronegócio teria um papel fundamental para o desenvolvimento humano.

Investir para aumentar a produção de alimentos, utilizar novas tecnologias e reduzir o impacto do uso excessivo de recursos naturais foram os principais focos do Global Agribusiness Fórum, encerrado nessa quarta-feira (26) em São Paulo. Especialistas e representantes de diversos países elaboraram o documento Consenso do Agronegócio, com temas e propostas discutidas no evento, para planejar o crescimento do agronegócio mundial.

Uma das principais questões discutidas no evento foi a capacidade de produção alimentar, que segundo o presidente do conselho Holding J&F, Henrique Meirelles, não é suficiente para toda a população. “Esse é o principal desafio que temos no agronegócio”, diz Meirelles.

Meirelles afirmou também que o crescimento da população mundial se deve ao fato do aumento da renda per capita das famílias e que o consumo de carne na China chega a quase 85 quilos per capita ao ano, podendo chegar em mais de 110 quilos em até 2030. Ele ressalta também a importância de suprir outras necessidades do ser humano. “Com este crescimento o ser humano também vai precisar de água, terra e energia” explicou Meirelles.

O presidente do Grupo JBS, Wesley Batista, projeta que o Brasil precisa dobrar sua produção até 2030 para poder comportar o crescimento populacional. Uma das avaliações feitas por ele, a comparação entre Brasil e Estados Unidas revela um dado alarmante. “Os Estados Unidos produzem 11,5 milhões de toneladas de carne por ano, enquanto o Brasil tem o dobro do rebanho dos EUA e produz apensas 9 milhões” ressaltou Wesley.

O evento contou com a presença de diversas autoridades como Al Gore, ganhador do Nobel da Paz, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental, Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, ex-chefe do Conselho de Economia da Casa Branca, e ex-reitor da Harvard University, Bruce Babcock, diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura da Universidade Estadual de Iowa; John Pearce, especialista mundial em mecanização agrícola; e José Manuel Silva-Rodriguez, diretor da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia.

Entre os participantes brasileiros, destaque para Kátia Abreu, senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Reinhold Stephanes, deputado federal e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Luis Carlos Correa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Mônika Bergamaschi, secretária de Agricultura de São Paulo; Delfim Neto, economista, professor e ex-ministro da Agricultura e da Fazenda; José Goldemberg, físico, especialista em energia, ex-secretário de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente; Flávio Lucas de Menezes Silva, membro do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, e João Sampaio Filho, presidente do Conselho Superior do Agronegócio (COSAG) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

Fonte: Sec. Agricultura da BA
Diário Agrícola

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