quarta-feira, 3 de outubro de 2012

De um árabe, poesia ao Brasil


Poeta de origem sírio-libanesa, Antoine Lascani terminou o livro 'Para um Brasil Melhor', com mensagens positivas para o País e os brasileiros.

Alexandre Rochaalexandre.rocha@anba.com.br
São Paulo – O poeta brasileiro de origem árabe Antoine Lascani terminou de escrever recentemente o livro “Para um Brasil Melhor”, ainda inédito, que reúne 660 versos com rima métrica com mensagens positivas para o País e os brasileiros. “No livro, eu incentivo o brasileiro à luta, ao estudo, a enfrentar a vida com otimismo”, afirmou o escritor à ANBA.

Lascani é bilíngue, escreve em português e em árabe. “Quando eu escrevo em português, na cultura brasileira, injeto a sabedoria árabe, os valores, etc., quando eu escrevo em árabe, penso em árabe”, declarou.

Ele já escreveu sobre o amor, sobre professores, a mulher, pai, mãe, fraternidade, amizade, o Corinthians, o Santos, Amazônia, índios, cultura brasileira, primavera, entre muitos temas; finalizou livros de pensamentos, de poemas infanto-juvenis, sobre a civilização árabe, e tem textos publicados em coletâneas e em periódicos.

Desde jovem Lascani tem paixão por poesia, diz que está no sangue, que foi passada de geração para geração da família Yazigi, de sua mãe. Segundo ele, a linhagem tem longa tradição cultural e seu bisavô, Ibrahim Yazigi, foi um dos principais intelectuais árabes de seu tempo, tendo inclusive recebido o imperador brasileiro D. Pedro II, quando ele esteve no Líbano no final do século 19.

O poeta nasceu em Antioquia, na Síria (hoje a cidade faz parte da Turquia), mas quando tinha cinco anos a família mudou-se para Beirute. Ele, os pais e os dois irmãos vieram para o Brasil em 1955, quando Lascani tinha 21 anos. “Não sabia dizer nem ‘bom dia’ [em português]”, afirmou.

Como muitos imigrantes árabes, ele e os irmãos foram trabalhar no comércio quando aqui chegaram, primeiro na loja dos tios na Rua 25 de Março, em São Paulo, e posteriormente em seus próprios estabelecimentos em São Vicente, no litoral paulista. Naturalizado brasileiro, o poeta hoje mora em Santos.

Paralelamente ao trabalho, o poeta começou a estudar português por conta própria. “Comprei tudo o que havia sobre a língua portuguesa, gramáticas, etc.”, afirmou. Depois, ele estudou literatura brasileira na Universidade de São Paulo (USP) e parapsicologia. No Líbano, ele chegou a cursar direito, contabilidade e comércio, e lá já escrevia em árabe e um pouco em francês. “Sempre fui o primeiro da classe em árabe, francês e inglês”, disse.

De família cristã ortodoxa, Lascani destacou que é um defensor da liberdade e da tolerância religiosa. Ele ressaltou que já fez poesias sobre o profeta Maomé, fundador do islamismo, e sobre o Ramadã, mês de jejum no calendário islâmico, e as recitou em mesquitas na capital paulista e na Baixada Santista.

O poeta declarou ter recebido 301 placas, medalhas e condecorações nacionais e internacionais, como o título de Embaixador da Paz por Genebra, na Suíça, o título de Cônsul dos Poetas do Movimento Poético Internacional 3300 Poetas, do Chile, a láurea das mais altas insígnias da Academia de Letras de Paris, a medalha internacional Gibran Khalil Gibran, o troféu Personalidade Intelectual da TV Bandeirantes em Campinas, entre outras honrarias. É presidente da Academia Árabe-Brasileira de Letras e, ainda jovem, começou sua carreira de escritor no Brasil vencendo um concurso de poesias.

Há pelo menos 20 anos Lascani deixou o comércio para se dedicar exclusivamente à poesia e a dar palestras. É membro da União Brasileira dos Escritores desde 1981.

Leia abaixo trechos do livro “Para um Brasil Melhor”:

“Vamos derramar suor
semear a terra e regar
quem não sente certa dor
não é digno de sonhar”

“Ó Deus! Ilumine a mente
dos líderes da nação
faça o Brasil sorridente
não deixe faltar o pão”

“Doar os órgão e partir
é gesto nobre profundo
que faz outr’alma sorrir
e sentir a luz do mundo”

“Deficientes físicos e visuais
com paz e coração iluminado
peço-lhes as bênçãos celestiais
e do governo carinho redobrado”

“O índio é herança histórica,
jamais pode ser negada
é raça ativa folclórica
caminha na nossa estrada”

Contato:

Antoine Lascani
Tels.: (13) 3468-1278 e (13) 3383-3001 (Guarujá)
Cel.: (13) 9782-2233
Fax: (13) 3468-6301

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