segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Índia cai para sétimo lugar na produção global de café



"Com 4% de participação da produção mundial (5,3 milhões de sacas de 60 quilos), a Índia caiu para a sétima posição nesse ano safra (outubro-setembro), da sexta em 2010-11, à medida que o Peru, na América Latina, subiu, com 4,1% de participação (5,4 milhões de sacas)", disse um cafeicultor. 

Novos participantes, como Vietnã (segundo) e Indonésia (quarto) no sudeste da Ásia e países menores como Etiópia (quinto) na África também ultrapassaram a Índia na produção, graças às suas vantagens geológicas e climáticas e incentivos estatais.
"Solos vulcânicos ricos, condições climáticas favoráveis durante o ano, disponibilidade de água e menores custos de produção têm permitido que esses países menores continuem à frente da Índia, apesar do aumento de 4% na nossa produção em 2011-12", disse o presidente da Associação de Plantadores de Karnataka (KPA), Marvin Rodrigues.

Apesar de a produção da Índia ter crescido marginalmente, para 5,33 milhões de sacas em 2011, de 5,03 milhões de sacas em 2010, registrando um crescimento de 5,9% com relação ao ano anterior, o Peru teve crescimento de 33%, para 5,4 milhões de sacas, de 4,06 milhões de sacas no mesmo período. 
Apesar do declínio de 13% com relação ao ano anterior, para 6,4 milhões de sacas, de 7,5 milhões de sacas no mesmo período, a Etiópia continua sendo o quinto maior produtor, enquanto o Vietnã ficou em segundo (depois do Brasil), com 21 milhões de sacas, e a Indonésia está em quarto (depois da Colômbia), com 8,3 milhões de sacas.

"Nosso custo de produção também é maior do que o desses países devido ao aumento dos salários, dos custos sociais obrigatórios como fornecimento de habitação, saúde e fundo de previdência para os trabalhadores, aumento das despesas gerais, como aumento de combustível e os impostos estaduais", disse Rodrigues.

De acordo com a Organização Internacional de Café (OIC), a produção global, entretanto, declinou em 1,6 milhão de sacas, para 132,7 milhões de sacas em 2011, de 134,3 milhões de sacas em 2010 (-1,2% com relação ao ano anterior) devido ao 'ano de baixa' nos países da América do Sul que têm ciclos bianuais de produção de café arábica.

"O Brasil continuou no topo, apesar do declínio de 9,5% com relação ao ano anterior na produção, para 4,35 milhões de sacas em 2011, de 4,81 milhões de sacas em 2010. O Vietnã continuou seu aumento na produção com irrigação intensiva e forte uso de insumos e fertilizantes", disse o porta-voz da Associação de Plantadores Unidos do Sul da Índia (UPASI), R. Sanjith.

A produção mundial nesse ano (2012), entretanto, deverá aumentar, ficando em mais de 148 milhões de sacas, à medida que será um ano de alta no Brasil e a expectativa é de uma produção a mais de 50 milhões a mais de café robusta e outros cafés suaves, incluindo arábica.

A produção na Índia deverá aumentar em 3,6%, para 325.000 toneladas em 2012, de 314.000 toneladas em 2011, com 104.000 toneladas de arábica e 221.300 toneladas de robusta.

"A produção na Índia deverá ter o maior crescimento já registrado, graças às chuvas bem distribuídas em 2011, que ajudaram na retenção de umidade por um período mais longo. As chuvas durante a floração (em abril/maio) nas regiões produtoras de café também ajudaram a registrar um crescimento recorde", disse Sanjitih. 

Citando um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Rodrigues disse que a produtividade indiana de 826 quilos por hectare foi causa de preocupação, à medida que ficou abaixo até da do Vietnã, que tinha um rendimento de 2.150 quilos por hectare e do Brasil, que é de 1.333 quilos por hectare em 2011.

"Precisamos fazer mais a nível político e de fazenda, à medida que o maior custo de produção, incluindo salários e benefícios sociais, nos torna menos competitivos nos mercados internacionais", disse o presidente da UPASI, D. Hegde. 

As informações são do The Times of India, adaptadas pela Equipe CaféPoint.
Visualizar |   |   Comentar     |       

Nenhum comentário:

Postar um comentário