Redação Portal IMPRENSA | 17/12/2015 13:00
Após ser demitida no período da ditadura militar há 42 anos, a jornalista e professora Mariluce Moura será reintegrada à Universidade Federal da Bahia (UFBA), em cerimônia realizada na próxima sexta feira (18/12), às 10 horas, na Reitoria da entidade.
Crédito:Reprodução/Facebook
Jornalista voltará a dar aulas na UFBA após ser expulsa pela ditadura
Segundo a UFBA, a professora, que foi presa e torturada pelos agentes da repressão, foi absolvida pela própria Justiça Militar, mas ainda não havia recuperado o emprego. Em outubro, durante uma sessão da Comissão de Anistia realizada em homenagem ao Dia do Professor, foi oficializado o pedido de desculpas do governo aos docentes perseguidos na época e a Portaria do Ministério da Justiça concedeu o direito de Mariluce ser reintegrada.
“Fui em presa em Salvador em 1973, estava grávida. Meu marido foi preso e assassinado no mesmo ano. Em 1974, fui julgada e absolvida pela Justiça Militar, portanto eu era uma cidadã livre. Prestei concurso público e fui aprovada como professora da UFBA. Mas por uma determinação do Ministério da Educação, meu vínculo com a universidade foi cortado em 1975. A ditadura negou o meu direito de ter uma carreira acadêmica. Direito conquistado com mérito, após aprovação em concurso público”, relatou.
A jornalista decidiu abrir o processo em 2011. Depois do julgamento na Comissão de Anistia, ela poderia optar por receber uma indenização e um pagamento mensal ou ser reintegrada como professora na UFBA. Ela ressaltou o vínculo que mantém com universidade desde os 11 anos de idade, quando foi aluna do colégio Aplicação.
"Vejo com muita alegria e prazer esse momento. Passados 40 anos, é como se eu pudesse fazer o resgate de algo que conquistei e que foi violentamente tomado de mim. É muito significativo estar de volta neste momento em que a UFBA se prepara para comemorar os seus 70 anos e se propõe a fazer uma reflexão sobre si mesma”, acrescentou.
Mariluce iniciou a sua carreira em 1969, no mesmo ano da graduação. Ela atuou na área de economia por muitos anos, até se dedicar ao jornalismo científico a partir de 1988. Já passou pelas redações do Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil,Exame, Senhor e Isto É.
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