COMBATE À POBREZA
Moradora de Vitória, Elaine encontrou no Suas o apoio que precisava para transformar a vida da família
Publicado09/12/2015 17h23
Brasília – Em Vitória (ES), Elaine de Oliveira Moreira, 29 anos, vai cedo para a praia da Ilha do Boi. Lá ela tem uma barraca onde vende água de coco e churrasquinho. Beneficiária do Bolsa Família, ela cuida dos quatro filhos e do segundo marido, que tem obesidade mórbida.
O sorriso fácil, nem de longe deixa transparecer todos os problemas que Elaine enfrentou. Sem saber o que fazer para melhorar a vida da família, foi a um dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) na capital capixaba. Ali ela encontrou o apoio que precisava. “A assistência social teve um papel muito importante na minha vida. Ela fez parte do meu amadurecimento.”
Com o dinheiro do Bolsa Família, ela comprou a primeira caixa térmica para vender churrasquinho. “Sempre tive o espírito empreendedor, sempre sonhei em crescer”, conta. A complementação de renda também ajudou a comprar materiais escolares e roupas para as crianças. Com mais segurança, Elaine decidiu voltar a estudar e entrou para a turma de técnico de enfermagem. “O Bolsa Família é uma oportunidade que o governo te dá de romper as barreiras da desigualdade com as suas próprias mãos.”
A luta para ter uma vida melhor veio também com a ajuda dos pais. Aos 14 anos, ela foi detida duas vezes. “O promotor me perguntou se eu não queria sair daquela vida. E foi então que voltei a estudar. Machuquei muito meus pais, mas mesmo assim eles me ajudaram muito”, recorda, triste. O primeiro casamento não durou muito. “Foi um relacionamento de dois anos de agressão psicológica.”
Vulnerável e sem esperança, foi nesse momento que Elaine teve o primeiro contato com a assistência social. No Cras, ela foi convidada a participar das ações de inclusão produtiva. Uma vez por mês, ela vende pamonhas nos eventos do Centro de Convivência para Terceira Idade (CCTI). Com o acompanhamento de uma assistente social, ela recebe do Sebrae orientações profissionais, sobre gestão como microempreendedora individual (MEI). “Abriram uma porta para mim no serviço da inclusão produtiva.”
Participando ativamente das discussões da política de assistência social, Elaine se tornou delegada representante dos usuários do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e agora reivindica melhorias para o sistema na 10ª Conferência Nacional de Assistência Social. A ambulante conta que ainda está em situação de vulnerabilidade, mas não vai desistir. “Meu sonho é fazer serviço social. E ver nos meu filhos o orgulho das minhas escolhas após os meus erros.”
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