Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:
A adolescente deixa um prédio de Higienópolis comentando com a diarista: “Você acredita que teve manifestação para defender a Dilma?”
A acompanhante retruca: “E mandaram prender o Cunha, né? Quem foi?”
A jovem: “Acho que foi o Sergio Moro, o juiz”.
Higienópolis, um bairro central de São Paulo, é um bastião do tucanato paulista.
A desinformação vige. Nos fins-de-semana, as portarias de prédios ficam abarrotadas de pacotes da revista Veja.
Hoje, milhares de pessoas desfilaram pelas imediações do bairro gritando contra o golpe e pela demissão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Elas se concentraram na avenida Paulista e desceram a avenida da Consolação em direção à praça da República.
Eram milhares e milhares. Jovens, idosos, crianças. Sindicalistas, estudantes, ciclistas, intelectuais. Militantes feministas, do movimento negro e dos movimentos de moradia.
Independentemente do número — havia muita gente, certamente mais de 50 mil –, foi notável a diferença em relação a manifestações recentes convocadas pela mesma coalizão de movimentos sociais.
Havia uma energia parecida com a dos dias finais da campanha de 2014, possivelmente despertada pelas manobras de Eduardo Cunha para abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.
É como se houvesse caído a ficha de que há muito a perder no caso de o golpe promovido pela coalizão PMDB/PSDB se consolidar num governo comandado por Michel Temer.
O mesmo sentimento havia sido expresso mais cedo, em reunião de professores universitários na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Quem esteve na manifestação se deu conta de que o Brasil caminha para um enfrentamento político ainda mais intenso nos primeiros meses de 2016.
Apesar das muitas críticas feitas ao governo durante a passeata - especialmente ao ajuste fiscal - um pedaço significativo da população reprova a aventura patrocinada por Fernando Henrique Cardoso e sua turma. Está consciente dos riscos embutidos na troca de um governo ruim por um catastrófico para os direitos sociais.
Uma equipe da Globo circulava pela manifestação sem o microfone da emissora e guardada por dois seguranças parrudos.
O tucano Geraldo Alckmin não foi, mas mandou representantes. Homens da tropa de choque ficaram postados ao longo da Consolação, protegendo agências bancárias e concessionárias.
Dinheiro público para garantir patrimônio privado. É a cara dos tucanos. Uma cena simbólica para os que calmamente desceram a avenida gritando “Fora Cunha”.
A adolescente deixa um prédio de Higienópolis comentando com a diarista: “Você acredita que teve manifestação para defender a Dilma?”
A acompanhante retruca: “E mandaram prender o Cunha, né? Quem foi?”
A jovem: “Acho que foi o Sergio Moro, o juiz”.
Higienópolis, um bairro central de São Paulo, é um bastião do tucanato paulista.
A desinformação vige. Nos fins-de-semana, as portarias de prédios ficam abarrotadas de pacotes da revista Veja.
Hoje, milhares de pessoas desfilaram pelas imediações do bairro gritando contra o golpe e pela demissão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Elas se concentraram na avenida Paulista e desceram a avenida da Consolação em direção à praça da República.
Eram milhares e milhares. Jovens, idosos, crianças. Sindicalistas, estudantes, ciclistas, intelectuais. Militantes feministas, do movimento negro e dos movimentos de moradia.
Independentemente do número — havia muita gente, certamente mais de 50 mil –, foi notável a diferença em relação a manifestações recentes convocadas pela mesma coalizão de movimentos sociais.
Havia uma energia parecida com a dos dias finais da campanha de 2014, possivelmente despertada pelas manobras de Eduardo Cunha para abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.
É como se houvesse caído a ficha de que há muito a perder no caso de o golpe promovido pela coalizão PMDB/PSDB se consolidar num governo comandado por Michel Temer.
O mesmo sentimento havia sido expresso mais cedo, em reunião de professores universitários na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Quem esteve na manifestação se deu conta de que o Brasil caminha para um enfrentamento político ainda mais intenso nos primeiros meses de 2016.
Apesar das muitas críticas feitas ao governo durante a passeata - especialmente ao ajuste fiscal - um pedaço significativo da população reprova a aventura patrocinada por Fernando Henrique Cardoso e sua turma. Está consciente dos riscos embutidos na troca de um governo ruim por um catastrófico para os direitos sociais.
Uma equipe da Globo circulava pela manifestação sem o microfone da emissora e guardada por dois seguranças parrudos.
O tucano Geraldo Alckmin não foi, mas mandou representantes. Homens da tropa de choque ficaram postados ao longo da Consolação, protegendo agências bancárias e concessionárias.
Dinheiro público para garantir patrimônio privado. É a cara dos tucanos. Uma cena simbólica para os que calmamente desceram a avenida gritando “Fora Cunha”.
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