domingo, 24 de novembro de 2013

Fim do descanso, neoliberais voltam ao ataque


 (tipo de câmbio, comercio exterior, reservas) está oculta a proposta de explodir a integração Por trás de certos planos contra a mudança no setor externo por parte do Governo
regional da ultima década. Os termos de um debate medular.

Raúl Dellatorre

Enquanto alguns celebram os oito anos do encontro histórico no Mar del Plata, no qual as nações da América Latina , na presença de George Bush, disseram “Não ao ALCA”, naqueles dias, aqui mesmo crescia um debate tenso sobre o que os economistas qualificam como “a restrição externa”. Em termos políticos, os obstáculos que o Governo enfrenta a fim de sustentar seu programa com este modelo econômico frente ao ralo de dólares nas reservas do Banco Central, o declínio é persistente no superávit comercial (exportações sobre importações) e na fuga de capitais. Em termos neoliberais: a pergunta seria se “resistiria” sem uma grande desvalorização e um ajuste recessivo. Esse sim seria o “fim do ciclo” desejado por estes setores.
Em meio a estas intrigas surge um questionamento relacionado ás politicas de integração regional que foram se desenvolvendo ativamente nestes dez anos. Os que as conduziram alcançaram um resultado relativo: debater alguns instrumentos que, de forma sobreposta, colocam obstáculos nos caminhos da integração.  Tal é o caso das desvalorizações competitivas ou “guerra de moedas” entre os países associados, ou a volta das disputas comerciais com os mesmos associados regionais para travar o ingresso de produtos ao mercado local.
Um documento de trabalho oportuno recentemente publicado pelo Centro de Economia e Finanças para o Desenvolvimento da Argentina, intitulado “Unidade e Integração Econômica da América Latina” (Guillermo Wierzba e outros autores) aborda essa problemática e analisa os avanços e questões pendentes no artigo, bem como os riscos de deter este processo. O documento sinaliza a aparição, no contexto atual da crise internacional, de “vozes contrarias a cooperação e integração latino-americana, com o argumento de que pouco das propostas anteriores se concretizou e que os esforços de coordenação regional limitam as possibilidades de cada país de aproveitar e negociar opções conforme suas necessidades e potenciais”. Faz menção á aqueles que, ainda reconhecendo o comportamento econômico favorável da região no período, que “a gravidade e dinâmica tão incertas da crise atual, não deixaria espaço para iniciativas corriqueiras e qualquer ação regional conhecida dos governos poderia ser nociva para reverter a incerteza nos mercados”. Diante estas reações, o referido documento propõe revisar a proposta de integração latino-americana “não como um passo rumo á um maior isolamento (se refere aos países centrais), mas como uma estratégia para maior integração harmônica e não descompensada com a economia mundial.” Por que se alcançaria uma integração mais harmônica na economia mundial e não no isolamento regional através da cooperação?
O trabalho de Cefid.Ar divide a resposta em três planos:
a) Para efeito de uma escala maior e competitividade no desenvolvimento conjunto dos processos produtivos nos países da região, com base em maior cooperação e complementação. Ainda, sinaliza que “o vinculo inter-regional no pode se deixar a simples liberação de mercados, este requer ações publicas ativa e marcos estáveis, efetivos e  criveis para a harmonia das políticas, normas e ações entre os países e setores”.
b) Para efeito no comercio e na localidade, uma vez que, “um mercado unificado, maior e integrado pode ajudar com a redução de custos e ampliar o espectro de bens e serviços acessíveis para os povos”.
c) Para efeito nos fluxos financeiros tanto interno quanto com outros países. “É preciso reconhecer os perigos de conflitos em potencial pela introdução unilateral das desvalorizações competitivas, a falta de coordenação no manuseio dos movimentos de capitais e os riscos de contagio das dificuldades conjunturais no país e toda região. O debate aberto por uma Nova Arquitetura Financeira e a criação de instrumentos regionais autônomos deve ser devidamente compreendido nesta perspectiva.”
Face a crise mundial e o impacto na região, devido as restrições ao comercio e aos movimentos de capitais especulativos, resurgem questionamentos antigos que pretendem colocar em juízo o ocorrido nos processos da ultima década. É uma proposta para abordar o problema de uma perspectiva diferente. Não com o velho recurso, aberto ou clandestino, de ir até o modelo de ajustes dos órgãos internacionais juntamente com seus planos de “resgate financeiro”, mas com maior integração. E com um Estado mais ativo, para conduzir o processo.
Tradução:
Tradução exclusiva para o Controvérsia:
Jamilly Silva (espanhol e inglês)
Contato: jamilly.tradutora.interprete@gmail.com 

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