Mediadores da União Europeia retornaram à Ucrânia na última terça-feira (29) para negociar a libertação do ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que está presa. A iniciativa faz parte do último esforço para tentar salvar um acordo de associação entre a UE (União Europeia) e a Ucrânia, que está pendente.
Christopher Alessi
Christopher Alessi
Ativistas do partido nacionalista ucrâniano Svoboda (que significa liberdade) gritam palavras de ordem durante protesto
"Mais normas relacionadas ao estado de direito"
Ainda assim, não ficou claro se os dois lados ao menos conseguirão se sentar à mesa em Vilna no próximo mês. O ponto de discórdia para a UE continua sendo a chamada "justiça seletiva" da Ucrânia, que é impulsionada por um sistema judiciário altamente politizado.
Perdão total
A equipe de mediação da UE – que é liderada há mais de um ano pelo ex-presidente do Parlamento Europeu, Pat Cox, e pelo ex-presidente polonês Aleksander Kwasniewski – solicitou que o presidente ucraniano, Viktor Yankukovich, concedesse um perdão total para Tymoshenko. A líder da oposição foi presa em 2011, depois de ter sido condenada a sete anos de prisão após um julgamento que a UE considerou politicamente motivado. Yankukovich resistiu em anistiar Tymoschenko, mas indicou que ela poderá ser liberada e enviada para a Alemanha por motivos médicos. Os mediadores estão se concentrando em um compromisso segundo o qual Tymoshenko, 52, poderia viajar para a Alemanha para receber tratamento médico para seus problemas de coluna.
"Todos os sinais levam a crer que ela será liberada, mas a capacidade do governo ucraniano de ser derrotado no último segundo é bastante elevada", disse Ian Bond, diretor de política externa do Centro para a Reforma Europeia. Bond acrescenta que ele se mantém "cautelosamente otimista" em relação à situação.
Se a intermediação no caso de Tymoshenko for bem sucedida e o acordo de associação prosseguir, a Rússia provavelmente aumentará a pressão econômica sobre a Ucrânia por meio da imposição de novas tarifas e da proibição de certas exportações, explica Stewart. Se o acordo chegar a um impasse, acrescentou ela, a Rússia poderá aproveitar a oportunidade para obrigar a Ucrânia a se juntar à União Aduaneira.
O Kremlin adotou uma posição segundo a qual "tudo o que leva a Ucrânia para mais longe da órbita de Moscou é ruim para a Rússia", diz Bond.
Assim que Cox e Kwasniewski chegaram a Kiev, a Gazprom, estatal do setor de gás da Rússia, acusou a Ucrânia de não pagar uma conta de 641 milhões de euros que venceu em agosto. A Rússia, país que é o maior fornecedor de energia da Ucrânia, cortou suas exportações para Ucrânia durante os invernos de 2006 e 2009 devido a disputas semelhantes relacionadas aos pagamentos. Esses cortes tiveram efeitos secundários congelantes para a Europa Ocidental.
Tradutor: Cláudia Gonçalves
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