Diferenças de comportamento nos cães podem estar relacionadas a variações nos sistemas
imunológicos. Além disso, foram detectadas diferentes alterações na atividade de um tipo de
leucócito quando era estudada a influência do gênero dos cães. Essas conclusões são apontadas
na pesquisa realizada por Adriana Tiemi Akamine e orientada por Frederico Azevedo da
Costa Pinto na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. O estudo também
sugere que o animal pode apresentar comportamentos dominantes ou subordinados ancorados
em suas características imunológicas.
Rúvila Magalhães
imunológicos. Além disso, foram detectadas diferentes alterações na atividade de um tipo de
leucócito quando era estudada a influência do gênero dos cães. Essas conclusões são apontadas
na pesquisa realizada por Adriana Tiemi Akamine e orientada por Frederico Azevedo da
Costa Pinto na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. O estudo também
sugere que o animal pode apresentar comportamentos dominantes ou subordinados ancorados
em suas características imunológicas.
Rúvila Magalhães
Foram estudadas características de personalidade em 30 cães da raça Beagle
Comportamento e sistema imunológico
Vários resultados foram obtidos por meio das análises. O que mais despertou a atenção de Adriana foi a ligação entre o comportamento e os níveis de cortisol, que é um hormônio relacionado às respostas de estresse: “mas o mais interessante foi observar que o fato destes animais terem maior frequência de comportamentos dominantes ou subordinados estava relacionado com alguns parâmetros, como por exemplo nível de cortisol, ou seja, reagiriam mais ou menos ao estímulo estressor oferecido (transporte)”, explica Adriana.
Os neutrófilos são as primeiras células de defesa do organismo e muito importantes na prevenção e no combate de infecções bacterianas. A pesquisa aponta que a situação estressante interferiu principalmente na atividade de neutrófilos, o que pode comprovar que o comportamento interfere no sistema imunológico.
Os cães machos observados no experimento apresentaram mais comportamentos de dominância e subordinação que as fêmeas (não havia separação clara entre os comportamentos delas). Esse fato levou a pesquisadora a usar a comparação desses padrões de comportamentos apenas entre os machos.
Foi possível perceber diferenças referentes ao sistema imunológico entre machos e fêmeas. “Observamos essa diferença principalmente na atividade de fagocitose dos neutrófilos, a grosso modo, seria sobre a eficiência dos neutrófilos. Apesar de a literatura não apresentar variação do números deste tipo celular entre os gêneros, nossa pesquisa mostra uma diferença na intensidade de como eles fazem sua função, que é a fagocitose”, relata a pesquisadora. Os neutrófilos têm como função principal fagocitar patógenos, principalmente bactérias.
Segundo a pesquisadora, apesar dos resultados serem inéditos, já se imaginava que havia uma relação entre o comportamento e o sistema imunológico nos cães. O método usado na pesquisa é pouco invasivo e atende as necessidades do estudo. A dissertação de mestrado Relação entre gênero e perfil comportamental de cães e seu sistema imunológico dá parâmetros e respaldo para que outras pesquisas na área sejam feitas. “Caso os resultados se repitam em pesquisas futuras, e se nos aprofundarmos nas análises, poderemos talvez estabelecer uma relação relevante, a ponto de determinar manejo e alojamento de cães de canis”, ressalta Adriana.
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