Governador de São Paulo e potencial candidato do PSDB à presidência da República em 2018, o paulista Geraldo Alckmin faz um movimento importante nesta sexta-feira; em entrevista à jornalista Silvia Amorim, prega união com o PT, contra a redução da maioridade penal, e critica a proposta dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP), que defendem penas de prisão, em cadeias comuns, para menores envolvidos em crimes graves; "isso envolve mudar uma cláusula pétrea", diz ele; Alckmin defende maior tempo de internação de menores, no caso de crimes hediondos, e buscará acordo com PT e outros partidos
sexta-feira, 5 de junho de 2015
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SP 247 – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu agir e também mobilizar aliados contra o movimento que defende a redução da maioridade penal no País. Para isso, ele se coloca à disposição para iniciar um diálogo com o PT e outros partidos de esquerda, como o PC do B, que também são contrários à medida.
Em resumo, a proposta de Alckmin consiste em alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), gerando punições maiores para menores que cometerem crimes hediondos. "Em resumo, você tem uma proposta de mudança constitucional e uma de mudança de uma lei, que é o ECA. Eu entendo que a nossa proposta é mais objetiva, rápida e pode ter convergência maior na sociedade", disse ele, em entrevista à jornalista Silvia Amorim.
Os pontos concretos da mudança de Alckmin são a mudança, no tempo de internação, de três para oito anos, no caso de menores envolvidos com crimes hediondos, e a criação de unidades especiais para os maiores de 18 anos que continuarem internados – assim, eles estariam segregados dos menores.
Na entrevista, Alckmin criticou a proposta de dois senadores do próprio partido, Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP), que se posicionam a favor da redução da maioridade penal. "Isso envolve mudar uma cláusula pétrea da Constituição e, com certeza, vai acabar no Supremo Tribunal Federal. Pode não dar em nada", afirma.
Para avançar com sua proposta, Alckmin propõe a abertura de canais de diálogo com o PT – cuja presidente Dilma Rousseff é frontalmente contra a redução da maioridade – e com outros partidos, como o PSB e o PC do B. "Eu não sou contra esse debate da redução da maioridade penal", diz Alckmin. "Eu acredito que, se o jovem pode votar aos 16 anos, ele também pode responder por seus atos. Mas não acho razoável colocá-lo em uma unidade prisional".
Ao adotar uma postura mais branda do que outras lideranças do PSDB, Alckmin se posiciona como um político de perfil mais moderado e construtivo em tempos de grande radicalização política.
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