247 – A jornalista Vera Guimarães Martins, ombudsman da Folha de S. Paulo, usa
sua coluna deste domingo 7 para tratar da reformulação do jornal impresso, que perdeu cadernos e ficou mais fino. Ela destaca "raiva, desencanto e perplexidade" de dezenas de leitores e avalia que "não será fácil conciliar consistência informativa e analítica num espaço cada vez mais reduzido". Leia alguns trechos:
Há muita especulação sobre o fim do jornal impresso, e a migração para o digital é um dos cenários à frente --mas não consta que seja para tão já. Nem é certo que ela venha a coroar a morte do impresso. É mais provável que ele continue vivo, servindo a um leitorado menor, que quer ir além da balbúrdia da internet e busca um conteúdo selecionado, com menos assuntos, mas maior profundidade, consistência noticiosa e muita análise.
Esse redesenho até agora não deu as caras. Da lista de intenções traçadas acima, só a redução de conteúdo está em vigor, reclamam com razão os leitores. Os textos estão cada vez mais curtos, e as reportagens se resumem ao arroz-com-feijão disponível na rede. As análises, antes obrigatórias nos temas mais importantes, praticamente sumiram após alguns poucos anos de experimentação.
De acordo com Vera, "o desafio agora é repensar o impresso à luz dessa lógica e com clareza coletiva de propósitos". A jornalista prevê que, "se continuar como está ou não for eficiente na transição da cobertura, a Folha será enxuta, mas corre o risco de ficar cada vez mais dispensável".
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