segunda-feira, 1 de junho de 2015

Torrefadoras dos EUA se voltam ao Brasil em busca de café robusta


Foto ilustrativa: Lidia Marques/ Café Editora
Foto ilustrativa: Lidia Marques/ Café Editora

As torrefadoras de café dos Estados Unidos começaram a substituir os grãos do maior produtor de café robusta, o Vietnã, com o chamado café conilon do Brasil. A mudança vem ocorrendo após esses oferecerem um desconto raro no preço com relação aos seus concorrentes asiáticos, disseram comerciantes e torrefadoras dos Estados Unidos.

Essa mudança nos últimos meses veio quando as exportações vietnamitas alcançaram o menor nível em cinco anos, à medida que os preços futuros mais fracos do robusta levaram os produtores a acumular o produto, mantendo os diferenciais elevados. As torrefadoras, então, mudaram para o Brasil, que produz a maioria do café do mundo, mas é mais conhecido por seus grãos arábica de maior qualidade.

A onda de interesse pelo conilon brasileiros veio à medida que a colheita de 2015/2016 entra em curso em meio às preocupações sobre se a colheita de robusta foi prejudicada pelo clima seco em janeiro na principal região produtora de conilon, o Estado do Espírito Santo.

Agora, o Real fraco tem estimulado os produtores brasileiros a vender o estoque remanescente de robusta das colheitas anteriores, pressionando os diferenciais e levando ao aumento nas exportações. “Esses são os robustas mais baratos do mundo”, disse um comerciante americano.

Os grãos robusta vietnamitas classificação 2 estão atualmente sendo comercializados a um preço médio de 12,5 centavos por libra nos preços para julho no ICE Futures em Londres, seus maiores níveis desde outubro de 2013, após serem comercializados a 9 centavos em dezembro.

O premium aos futuros aumentaram até agora nesse ano à medida que os baixos preços futuros levaram os produtores a acumular as ofertas, levando as exportações vietnamitas a declinarem para seus menores níveis desde 2009/2010 para o período de seis meses que começou em outubro de 2014.

Os diferenciais do conilon brasileiro estão atualmente entre 3-5 centavos por libra abaixo dos grãos do Vietnã, ou cerca de 8 centavos por libra sobre os futuros.

Historicamente, os conilons eram comercializados a um premium com relação às variedades asiáticas, com os diferenciais alcançando até 20 centavos por libra sobre os futuros. Isso mudou à medida que a disponibilidade aumentou: o Brasil exportou 3,8 milhões de sacas de 60 quilos de robusta no ano que terminou em fevereiro, mais que as 1,5 milhão de sacas no mesmo período do ano anterior, mostraram dados da Organização Internacional de Café (OIC).

Os altos preços de mais de US$ 2.500 a toneladas em 2011 encorajaram novos plantios no Espírito Santo, levando a uma colheita de 17 milhões de sacas em 2014/2015. As estimativas para 2015/2016 variam amplamente, indo de 11,2 milhões a 17,7 milhões de sacas.

A reportagem é da Reuters / Tradução por Juliana Santin

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