sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Qatar Foundation deve informatizar escola indígena no Pará

Informação é da prefeitura de Parauapebas, no Pará. Moza Bint Nasser, presidente da entidade, visitou aldeia na última semana e conheceu trabalho educacional feito com crianças do povo Xikrin.



Anderson Souza/Ascom PMP
Moza é recebida por Mariano (e) e Jatene
São Paulo – A Qatar Foundation deve apoiar a informatização da escola indígena da aldeia Djudjêko, onde vive o povo Xikrin, no município de Parauapebas, no Pará. A informação é do prefeito da cidade, Valmir Queiroz Mariano, que recebeu a sheikha Moza Bint Nasser, presidente da entidade árabe, no último dia 17 para uma visita ao local. Simão Jatene, governador do Pará, também participou da recepção a Moza.
“Por meio da Fundação Qatar, a rainha afirmou que pretende viabilizar a informatização e o acesso à internet, para avançar ainda mais o trabalho de educação na aldeia”, contou Mariano à ANBA, por e-mail. Moza é mulher de Hamad Bin Khalifa Al-Thani, que foi emir do Catar até a metade deste ano, quando abdicou do trono em favor do seu filho.

A iniciativa de visitar a aldeia partiu da própria Qatar Foundation, entidade do governo do Catar que trabalha pela promoção da educação em diversas partes do mundo. “O objetivo [da visita] foi apresentar as ações do governo municipal na área da educação indígena, sistema de ensino e características culturais da comunidade”, explicou o prefeito.

Mariano relata que os Xikrin, apesar de terem acesso aos bens de consumo da sociedade, ainda preservam sua língua e sua cultura. Vivendo na região sudeste do Pará, eles se dividem em três aldeias, Cateté, Djudjêkô e O-odjã, com uma população de cerca de 1,6 mil índios. Na aldeia visitada por Moza, vivem 460 pessoas.

A escola de ensino fundamental Moikô Xikrin, a qual Moza visitou, foi entregue pela prefeitura em 19 de abril, data em que se comemora o Dia do Índio. “A escola oferece ensino infantil, fundamental e educação para jovens e adultos, com todas as disciplinas determinadas pelo Ministério da Educação, e ainda disciplinas específicas, como cultura, identidade e língua indígena”, diz Mariano.

De acordo com o prefeito, 201 crianças de 05 a 12 anos frequentam a Moikô Xikrin, divididas em salas de 25 alunos cada. Para as aulas, foram contratados 11 professores não-índios e sete intérpretes, já que o material didático é escrito em português.

“Todas as aulas já são ministradas com auxílio de um intérprete nativo da tribo. E como forma de reforçar nosso respeito à cultura indígena, a rainha sugeriu a adequação do material didático à língua indígena. É importante levar cultura a essas comunidades de forma que haja valorização de suas origens”, contou Mariano, sobre sugestão dada pela sheikha.

A aldeia visitada pela presidente da Qatar Foundation fica a 300 quilômetros do centro de Parauapebas, na Floresta Nacional do Carajás. Além da escola, Moza visitou também a Casa de Guerreiro, um ponto de encontro dos indígenas, onde ocorrem reuniões e manifestações culturais do povo Xikrin.

Conforme noticiado pela ANBA, na semana passada, Moza também visitou duas escolas na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário