Volta da inflação e crescimento moderado.
Philippe Mesmer
Philippe Mesmer
Ao fundo, o Banco Central do Japão (BOJ), em Tóquio
Essa foi a constatação feita na quinta-feira (31) pelo Banco do Japão (BoJ) para o exercício de 2013, que se encerra no final de março de 2014. Prevendo uma alta dos preços de 0,6%, o Banco Central parece confirmar em seu relatório semestral que o país está saindo de 15 anos de deflação.
A montadora Mitsubishi anunciou, na terça-feira, lucros líquidos em alta de 55% entre abril e setembro, no total de 46,7 bilhões de ienes, e prevê ganhos recordes para o exercício de 2013. Os da Honda aumentaram 46% no mesmo período. Para todo o exercício, a siderúrgica Nippon Steel & Sumitomo Metal revisou para cima seus lucros brutos, assim como a fabricante de materiais eletrônicos e de informática Toshiba. Até a companhia de eletricidade Tokyo Electric Power deve anunciar lucros na quinta-feira (31), algo que não se via desde o início do desastre nuclear de Fukushima de março de 2011, com 120 bilhões de ienes no primeiro semestre.
Voluntarismo
Nesse contexto, as casas de títulos japonesas Nomura Holdings e Daiwa Securities têm mostrado lucros robustos apesar das incertezas associadas a um eventual endurecimento da política monetária americana.
Prova do voluntarismo demonstrado pelos grupos japoneses é o fato de que a gigante das telecomunicações NTT vai comprar os grupos de informática americanos Virtela Technology e RagingWire Data Centers, bem como o espanhol Everis Group. Essas operações vêm na sequência da compra, em julho, da americana Sprint por parte da operadora de telefonia móvel Softbank. A fabricante de têxteis e de fibras Toray anunciou no final de setembro a aquisição da americana Zoltek.
Os bons resultados das empresas poderiam se traduzir em aumentos de salários, exigidos há meses pelo governo. "Como o clima dos negócios melhorou," declarou, na terça-feira, o presidente da Mitsubishi, Osamu Masuko, "é natural melhorar o nível de vida dos funcionários". O mesmo discurso é mantido pela fabricante de máquinas para construção civil Komatsu ou ainda a gigante da indústria pesada Hitachi.
Essas previsões não bastam para ignorar as persistentes dificuldades de grupos como a Sharp (eletrônicos), cujas perdas no primeiro semestre chegaram a 4,3 bilhões de ienes, ou a Nintendo, cujo novo console Wii U não está tendo o sucesso esperado. A fabricante de aparelhos fotográficos Canon revisou para baixo suas previsões para o exercício de 2013, em razão da desaceleração da atividade na China, na Índia e no Brasil.
Essa situação faz lembrar que o clima econômico mundial continua muito frágil. Segundo o governo, as exportações japonesas recuaram em setembro, em relação a agosto: 5,8% para os Estados Unidos e 1,7% para a Ásia.
Tradutor: UOL
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