sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O mercado de café está mudando



Supermercado Moderno - São Paulo/SP - CATEGORIA - 21/01/2014 - 00:00:00
Sachês e cápsulas registram alta anual de 30%, Enquanto todo o setor de cafés cresce cerca de 3% ao ano. O dado da abic confirma a tendência de sofisticação do consumo nessa categoria, cuja penetração atinge nada menos do que 93% dos lares brasileiros. e mais: o potencial de expansão é enorme. hoje, esse segmento responde por apenas 1% do faturamento do mercado. Já na Europa, onde o consumo está mais disseminado, representa de 30% a 50%. Há, portanto, boas oportunidades para os supermercados.
Para se ter uma ideia, pesquisa da consultoria Euromonitor indica que, entre 2008 e 2012, as vendas de cápsulas e sachês saltaram de R$ 24,5 milhões para R$ 206,4 milhões. Nos próximos cinco anos, a expectativa é de crescer perto de 120%. Segundo Nathan Herszkowicz, presidente da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), os maiores consumidores desses produtos ainda estão nas classes A/B. Mas a tendência é que, aos poucos, outros públicos se incorporem a eles.
A perspectiva de alta é um dos fatores que justificam o interesse crescente dos principais fabricantes da categoria pelo segmento de monodose – como também são conhecidos esses produtos. Quem já tem as cápsulas e sachês há mais tempo no portfólio confirma sua expansão. Na Master Blenders, o segmento tem sido impulsionado pelas vendas da Senseo, máquina de café lançada em 2010 em parceria com a Philips, cujo consumo dobra a cada ano, segundo Ricardo Souza, diretor de marketing da empresa. Ele ressalta que os sachês da marca Pilão, usados nesses equipamentos, trazem o sabor do café coado, diferentemente de outras opções do mercado. "Acreditamos que essa versão seja mais adequada ao paladar do brasileiro", explica o executivo. Para ele, esse nicho não vai substituir o café em pó, mas atrair aos supermercados um público que só consome café fora de casa.
Cada tipo de café terá seu espaço. É o que afirma Paula Castellan, diretora de marketing da 3 Corações. "A versão em pó, por exemplo, continuará sendo muito importante nos lares, principalmente no café da manhã", avalia. Mesmo assim, ela acredita que os produtos monodose ganharão destaque. "Nos próximos cinco anos, esse segmento deverá representar, pelo menos, 10% do faturamento da empresa. Afinal, o café de máquina garante praticidade e agilidade ao consumidor", diz. Em parceria com a empresa italiana Caffita System, a fabricante conta com uma máquina em seu portfólio, a TRES, disponível em três modelos.
Ela oferece 17 opções de blends (espresso, filtrado, etc.), cappuccino, chá e outras bebidas quentes.
Boas perspectivas para o futuro
Segundo pesquisa da consultoria Euromonitor, a expectativa é de que o segmento de monodose cresça cerca de 120% nos próximos cinco anos
O aumento do consumo também tem levado muitos supermercados a ampliar a área de cafés, abrindo espaço para cápsulas e sachês, além de outras versões de maior valor agregado. É o que fez o supermercado independente Papagaio, de Rio Claro, interior de São Paulo. "Incluímos o segmento de monodose para atender o perfil heterogêneo do nosso público, que vai desde a classe A até a D", afirma Carlos Friol, gerente da loja. Para dedicar mais espaço às novas variantes de café, o supermercado deslocou os bolos, que ficavam nesse corredor, para perto da padaria. A ideia é rentabilizar a categoria. Esse também foi o objetivo do Covabra, com 11 lojas no interior paulista, ao incluir os sachês e cápsulas no mix. "Dentro da categoria, o segmento é o de maior lucratividade", diz Vilma Rodrigues, gerente de compras. Ela lembra que uma caixa de sachê custa R$ 20, contra R$ 7 do café torrado de 250 g. Já na Coop, outra rede paulista, com 28 lojas, as versões monodose ainda representam muito pouco das vendas de cafés. Mas a meta é chegar a 50% em dois anos. Para isso, a rede aposta em ampliação do mix e ambientação da gôndola. O lucro compensará o investimento.
206 Milhões de reais - Foram as vendas de sachês e cápsulas no varejo nacional em 2012. Há quatro anos, a receita era de R$ 24,5 milhões
30% - Crescimento médio anual do segmento de monodose no Brasil

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