quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Portugal está no grupo de «alto risco» de agitação social em 2014

Portugal deixou de ser um país de risco moderado em termos de agitação social e é agora visto como sendo de alto risco, prevendo-se um agravamento de protestos e tumultos em 2014, segundo os especialistas da Economist Intelligence Unit (EIU), que colocam o país ao lado de 45 outros, como Espanha, Turquia e Brasil.

Diário Digital

Portugal está no grupo de «alto risco» de agitação social em 2014

De um total de 150 países analisados, a Grécia e a Bósnia são os dois únicos países europeus no grupo de «muito alto risco», enquanto Portugal, Espanha, Chipre, Bulgária, Albânia, Croácia, Moldávia, Macedónia, Turquia, Ucrânia e Bielorrússia surgem logo no pelotão seguinte, os de «alto risco».
O EIU, um think tank independente do grupo da revista Economist dedicado à investigação, previsão e análise económica, aponta que 65 de 150 países analisados estão em grande risco de presenciarem revoltas populares em 2014.
Comparado com dados de há cinco anos, quando foi realizado o último relatório, 19 países foram acrescentados à lista de potenciais barris de pólvora.
A turbulência social, protagonizada sobretudo pela classe média, tem-se registado em várias regiões do mundo, mas as razões dos protestos variam.
Enquanto alguns são motivados directamente pelas dificuldades económicas, como em Portugal, Grécia e Espanha, outros consistem em revoltas contra governos opressores, sobretudo no Médio Oriente, e outros ainda também traduzem as aspirações de novas classes médias nos mercados emergentes de rápido crescimento, como na Turquia e no Brasil.
No entanto, como pano de fundo para todos está a crise financeira do subprime nos Estados, de 2008 e 2009, que teve consequências no mundo inteiro. A crise da Zona Euro só começou no final de 2009.
A crise foi tal, que até países tradicionalmente mais pacatos como o Japão e Singapura têm tido as ruas cheias de manifestantes.
Sesigualdades sociais e descontentamento político agitaram os cidadãos e a resistência tornou-se maisfácil de coordenar na era do smartphone.
«A redução nos rendimentos e a elevada taxa de desemprego nem sempre se traduzem em agitação social. Só quando os problemas económicos são acompanhados por outros elementos de vulnerabilidade há um elevado risco de instabilidade. Tais factores incluem uma grande desigualdade nos rendimentos, um governo fraco, níveis baixos de apoio social, tensões étnicas e um historial de violência e desordem pública. De grande importância para desencadear os tumultos nos últimos tempos tem sido a erosão da confiança nos governos e nas instituições: a crise da democracia», afirma Laza Kekic, do EIU, segundo a The Economist.
O estudo revela as regiões que aparecem com risco elevado ou muito elevado de protestos: 12 dos 18 países do Médio Oriente e do Norte da África, seis dos sete países dos Balcãs, oito dos 12 Estados dos antigos países soviéticos, e cinco países do sul da Europa. 
Mais de 40% dos países da Europa Oriental estão nas categorias de alto risco,  e  muitos países de alto risco estão na África Subsaariana.
Há também alguns na América Latina e Ásia- incluindo o maior mercado mundial e o emergente mais bem sucedido, a China.

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