quarta-feira, 5 de setembro de 2012

É hora de comprar café ?


POR :  Shawn Hackett
  O café não tem oferecido muitas oportunidades para avanços desde 2010, depois de um grande rally, no qual os preços do café mais que dobrou. Houve sinais de fortes elevações para bases fundamentais para este mercado ao longo do primeiro semestre de 2012 e agora o mercado parece pronto para voltar a decolar. E qual seria o motivo para isso. Preços históricos sugerem um nível de 250 centavos por libra de café ao longo dos próximos 12 meses e 400 centavos por libra de café são possíveis, com base em ciclos de preços, posições líquidas comerciais, micro-fundamentos e valor em relação ao Índice de Commodities. O verão muito úmido brasileiro que criou prematura floração/floração para a safra fora de época seguinte teve o efeito de ampliar o estresse das lavouras acima do seu período normal de descanso, deixando-as com menos energia e recursos para produzir um período de floração para uma safra de grande porte. Neste cenário, os botões e as flores são menos freqüentes, o que pode ser também um problema até para qualidade. Além disso, os novos brotos são muito suscetíveis a serem danificados pela colheita em andamento da atual safra, reduzindo os rendimentos potenciais. A safra atual sofreu com chuvas muito fortes em junho, o que fez com que muitas grãos fossem para o solo. Os cafés que caem são afetados diretamente em sua qualidade. Assim, essa situação vai fazer com que o quadro sobre a instabilidade da qualidade continue até o início das floradas para a próxima safra. Esse cenário sugere que efeito de diminuir o potencial de produção para a safra de café entressafra brasileira de expectativas normais de linha de tendência. As expectativas para safra giram em um número próximo de 51 milhões de sacas, mas dado o que já aconteceu durante o verão chuvoso e o que ainda pode acontecer para o período de setembro/outubro, existe o potencial para termos uma produção que não seja melhor do que 45 milhões de sacas. Essa seria uma redução de 10 milhões de sacas no fornecimento da safra deste ano. Caso esse resultado comece a ganhar espaço no comércio mundial de café, então o café terá de precificar esse fato de forma mais efetiva em patamares acima dos atuais, confrontando-se com a demanda ainda alta e continuando a incentivar o crescimento da produção no longo prazo dos arábicas. Também a América Central teve uma temporada de floração muito pobre este ano e a colheita que está prestes a começar provavelmente ficará muito aquém das expectativas anteriormente esboçadas. Além disso, a probabilidade de o El Niño afetar os números de produção do robusta no Vietnã e na Indonésia no próximo ano vai agravar ainda mais o aperto na disponibilidade de cafés. Enquanto o mercado continua tão focado na demanda perdida de arábica em favor de robusta, dados os prêmios do ano passado que foram recordes do primeiro em relação ao segundo tipo de café, o que se viu foi uma inversão, na qual os arábicas agora se mostram historicamente baratos em relação aos robusta. Este fato, bem como o a tendência de preços na relação café/chá, também com um baixo preço relativo similar aos de arábicas, sugerem que o crescimento da demanda deve reacelerar durante o próximo ano, em um momento em que a produção poderia ser até 10 milhões de sacas menor, dependendo dos fatores naturais. É bom lembrar que os estoques se mostram em alta devido à safra do Brasil e do Vietnã e que no próximo ano essa cadeia de alta na produção não deve ter continuidade. Os ciclos de preços se mostram otimistas para o café, a partir de uma avaliação em relação a uma ponto de baixa do ciclo de oito anos, tendendo, depois, a uma outra busca de alta. O DNA de tempo e preço são perfeitos para um novo bottom e a retomada pelas altas do preço. Graficamente, também são visualizadas duas longas linhas de tendência de prazo próximas de 150 centavos, o que sugere que os níveis atuais baixas provavelmente são um piso e que o mercado de café pode se lançar para um viés altista. Olhando para o gráfico de preços futuros de dezembro 2012 se vê uma baixa probabilidade de se buscar níveis mais consistentes que aqueles testados pelo outubro. Isso seria coerente com as típicas baixas de preços sazonais no outono e uma ligeira queda na demanda sazonal. Além disso, os níveis de valor relativo permanece baratos, porém altista. Apesar de o mercado comprador impressionante de café em 2010/2011, a tabela de preços relativa praticamente não se moveu e e as compras se deram num valor relativo dentro de um range de 0,70-1,00 dólar. O atual nível de interesse comercial é um dos mais otimistas da história do café, visto apenas duas vezes desde 1986: 28 de novembro de 2003 e 12 de dezembro de 2008. Ambos compensados por movimentos do mercado maciçamente altistas. Comerciais têm apostado no café e na última onda os levou para im patamar de alta histórica. Isso só foi visto outras duas vezes antes, em 2003 e 2008. Ambas as vezes precedida fantásticos movimentos plurianuais de altas de mercado. Se a história for um guia, um novo avanço histórico poderá ser observado. Apesar dos vários fatores baixistas verificados para o café desde o ano passado, incluindo a redução da demanda na Europa, alta da procura entre arábica e robusta, alta do real brasileiro, demanda em crescimento mais lento no Brasil, recorde de produção em países como Brasil e Vietnã, os interesses comerciais são compradores, incluindo no longo prazo. Como sempre, mesmo com o risco das realizações no mercado de commodities, se vê a constituição de um mercado altista no campo fundamental e isso poderá afetar os preços. É muito difícil comprar muito quando o mercado tende a baixas constante, mas essa é a natureza dos negócios. Se fosse fácil todo mundo seria player no segmento de commodities. Tudo indica que um novo mercado comprador esteja prestes a ser constituído. É um contraponto que se dá diante das quedas verificadas, como diante dos cenários baixistas de 2010. Com a incerteza em torno das eleições norte-americanas, a impressão de que a disponibilidade monetária internacional continua curta, os estímulos possíveis à economia chinesa, o risco de uma guerra no Irã, a possibilidade de implosão da União Européia, a crise do sistema bancário e possível agravamento da recessão global, o quadro macro oferece riscos enormes para qualquer operação. É claro que esses fatores de risco estão em vigor há muitos anos e vão permanecer na pauta dos próximos anos. Com um contrato tão grande como o café e com a maior volatilidade tipicamente observado no segmento cafeeiro, deve-se manter o foco no controle de risco. No mercado de opções para se trabalhar no café, mesmo com o risco, algumas ações podem ser consideradas: compra 01, de dezembro 2012 em 163,10 centavos, preço de fechamento sexta-feira; compra dezembro num nível próximo a 150,00, com put em 3,03 do preço de fechamento. Vendedor de café no nível de 180, com call em 3,10 preço de fechamento. O que isso faz é essencialmente dar um piso de 150,00. Se o colapso do mercado de café por causa de um evento macro então os puts vão minimizar dramaticamente a perda de, no máximo, a diferença entre o preço de futuros executado e o put. Existiria, então, a flexibilidade para ter a opção de venda fora em um grande lucro e montar o retornar ao mercado futuro. Se o café decolar com os fundamentos altistas, o lucro pode ser feita por call short. Uma vez que os preços se movem mais de 1,80 dólar, o potencial de lucro é limitado. Existe a flexibilidade que se sentiu um mercado em alta no café estava em andamento você poderia tomar a chamada de venda e deixar o futuro correr mais para capturar mais ganhos. O que é notável aqui é que um lucro substancial já estaria no lugar que iria reduzir drasticamente o risco de ficar desprotegido, desde que seja possível aplicar uma estratégia de trailing stop para gerir o risco. Pode-se também aplicar uma estratégia diferente em um nível mais alto preço de exercício de suporte, mais uma vez. Todo o ponto de utilização de uma estratégia de opção é que ela permite uma perda calculada que é quantificada e permite flexibilidade.
Shawn Hackett Shawn Hackett, corretor de commodities e autor do boletim Relatório Hackett Dinheiro Fluxo (www.hackettadvisors.com), é um especialista reconhecido nacionalmente commodities agrícolas com mais de 18 anos de experiência em gestão de fundos. Artigo traduzindo pela Agnocafé do site http://www.futuresmag.com/2012/08/28/is-it-time-to-buy-coffee?t=commodities


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