quinta-feira, 27 de setembro de 2012

NE: A produção de leite no Semiárido exige mudança no sistema de produção de alimento



O sistema de produção ainda enfrenta uma situação de não-sustentabilidade, principalmente por causa da dependência que os agricultores tem da aquisição de insumos externos como ração para o gado no período seco. A importância da pecuária leiteira no Semiárido brasileiro não á apenas econômica. O desenvolvimento da atividade, basicamente, no segmento da agricultura familiar reforçam o seu papel na segurança alimentar e na melhoria da qualidade de vida para os agricultores.

Com a finalidade de melhorar a produção de leite no Semiárido a Embrapa Semiárido, em Petrolina, interior de Pernambuco, recomenda a implantação de sistemas agrosilvipastoris nas propriedades rurais. "É possível diminuir a necessidade da ração externa, principalmente do farelo de soja, implantando na propriedade sistemas agrosilvipastoris que têm na sua estrutura, por exemplo, a gliricídia, rica em proteína", destaca a pesquisadora Cristina Otto de Sá.

Ela explica que este sistema busca trabalhar tanto a agricultura, quanto à pecuária e a floresta em uma mesma área. "Nessa região, plantamos as árvores de gliricídia, em fileiras, e, entre elas, as culturas normalmente utilizadas no Semiárido, como o milho e o feijão". Desta forma, é possível obter maior produtividade do milho, pois tanto as folhas quanto as raízes da gliricídia oferecem nitrogênio para a cultura anual, diminuindo a necessidade de adubo externo.

"Além disso, a gliricídia pode ser usada para os animais na forma de pastejo direto. O produtor também pode utilizar as folhas na forma de silagem ou de feno para a alimentação dos animais. No caso do milho, você produz os grãos para a agricultura", exemplifica. Segundo a pesquisadora, outra utilidade da gliricídia é o fornecimento das estacas que podem ser utilizadas como cerca viva, diminuindo a necessidade de um desmatamento da Caatinga.

A matéria é do Nordeste Rural, adaptada pela Equipe MilkPoint.

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