O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, afirmou na tarde desta terça-feira (18) não ter dúvidas de que o mensalão existiu. É a primeira vez que ele reafirma a posição após aliar-se ao PT e obter o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não há dúvida que houve [o mensalão]. Imagina. Eu escrevi aquele relatório”, afirmou ele, em entrevista ao “RJTV – 1ª edição”, da TV Globo.
(…)
Nenhum prefeito do Brasil recebeu mais dinheiro dos governos do PT do que o ex-tucano Eduardo Paes.
Eduardo Paes deve a reeleição ao investimento maciço que os governos do PT, através do Sérgio Cabral e do Pezão, levaram para o Rio de Janeiro.
Eduardo Paes trocou de camisa quando viu que o PSDB não tinha futuro no Rio.
No Rio, é mais fácil você achar um vascaíno na torcida do Flamengo do que um tucano.
Ao trocar de camisa, Paes ficou em cima da lâmina: de manhã com o Lula, de tarde com a Dilma e à noite nos braços da Globo.
Agora, pra conseguir os votos da Barra da Tijuca, de Copacabana e da Tijuca Paes faz um afago na Globo.
Se ele tivesse coluna vertebral, ele diria assim: quando eu era tucano, por dever de ofício, eu queria ir pra jugular do Lula.
Agora, que o Lula e a Dilma me ajudaram tanto, eu preciso reavaliar todo o processo do mensalão, ler as defesas dos réus e me pronunciar com conhecimento de causa.
Como ele tem uma estrutura óssea flexível e uma fidelidade incondicional à Globo, ele corre o risco de ser tratado com a devida reverência pelos governantes trabalhistas que a Globo ainda não conseguiu depor.
E o Rio é quem pagaria pela desnecessária genuflexão.
Eduardo Paes está virtualmente reeleito.
Poderia ocultar a verdadeira face do seu caráter numa outra etapa de sua fulgurante carreira de “gente boa”, segundo os critérios da Globo.
Paulo Henrique Amorim
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