sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nova classe média corresponde a 53% da população



São mais de 100 milhões de brasileiros. Um aumento de 37% apenas na última década

Fotos/Ascom-SAE
Moreira Franco, ministro chefe da SAE, durante a cerimônia de lançamento
Foi lançada nesta quinta, 20, a plataforma Vozes da classe média: é ouvindo a população que se constroem políticas públicas adequadas, que buscará identificar, por meio de pesquisas, quais as especificidades da nova classe média brasileira, inclusive questões relativa ao seu comportamento, mecanismos que levaram a ascensão dessa população a esse estrato e o que necessitam para continuar no processo de ascensão à classe alta, com o intuito de formulação de novas políticas públicas.
Participaram do evento o ministro chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Moreira Franco, o subsecretário de Ações Estratégicas da SAE, Ricardo Paes de Barros, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga Andrade, o representante do PNUD no Brasil, Jorge Chediek, e o diretor da Caixa Econômica Federal, José Henrique da Cruz.
No discurso de abertura, Moreira Franco destacou a importância da pesquisa que será realizada com 10 mil pessoas que compõem a nova classe média, onde serão utilizados dados do IBGE, Ipea, PNUD, PNAD, Banco Central e CNI. “O objeto desta pesquisa é um fato histórico, pois temos a possibilidade de viver uma experiência profunda, que mudará a vida da sociedade brasileira”, ressaltou o ministro. Ainda observou que se a classe média brasileira fosse um país, estaria entre os oito países com maior capacidade de consumo, algo em torno de R$ 1 trilhão de reais anuais.
Cerca de 20% da classe baixa migrou para a classe média na última década – em torno de 40 milhões de pessoas –, o que demanda uma nova plataforma de políticas públicas que atendam e compreendam essa nova conjuntura nacional. Como grande desafio para o poder público, Paes de Barros ponderou que “há a necessidade de modificações das políticas publicas brasileiras numa velocidade que atendam a velocidade das transformações sociais em curso.”
Políticas públicas
Dando prosseguimento ao evento, os pesquisadores Diana Grosner, da SAE, e Renato Meirelles, do Instituto Data Popular (IDP), apresentaram alguns dados que possibilitam compreender como houve a ascensão tão numerosa à classe média em apenas uma década.
Segundo Grosner, a educação é o principal fator causador da migração para a classe média à medida que também é a maior discrepância entre a classe alta e a classe média. “Enquanto a classe média estuda cerca de 8 anos, esse tempo é de 12 anos para a classe alta. A educação parecer ser um fator decisivo para explicar a diferença entre as classes”, concluiu. A renda per capita da classe alta é cerca de quatro vezes maior que da classe média, demonstrando que apesar desta rápida ascensão, a classe média ainda está muito distante economicamente e educacionalmente da classe alta.
Outros dados mostraram que a classe alta se apropria de 58% da renda do trabalho enquanto a media 37% e a baixa apenas 5% e que a jornada de trabalho entre todas as classes mantiveram um mesmo padrão, contribuindo para a alegação de que o investimento e acesso a educação é o principal diferencial entre as classes.
Percepção de melhora da qualidade de vida no Brasil, ampliação do consumo, otimismo, protagonismo e cidadania foram as quatro dimensões analisadas por Renato Meireles para compreender a nova dinâmica da classe média. O pesquisador destacou que “as políticas públicas para a classe média não tem mais a ver com assistencialismo, mas com política econômica”. Meireles apontou ainda que a participação das mulheres, dos negros e da região foram os principais fatores que ajudaram no crescimento da massa de renda do país. Por fim, destacou que o grande desafio das políticas públicas é ouvir efetivamente o cidadão que quer ser protagonista destas políticas.

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