segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Café coado x Café espresso



O livro História do Café, de Ana Luiza Martins, explica que a popularização da bebida se deu pelo velho coador de pano, forma que os europeus, anos atrás, preparavam o cafezinho nas cafeterias das grandes cidades. E, desta mesma forma, de 1727 até a segunda metade do século 20, era assim que a bebida era feita – na maior parte das vezes – no Brasil.
As máquinas de café espresso só foram criadas no início do século 19 e ganharam fôlego comercial apenas no começo do século 20. No Brasil, elas deram as caras a partir dos anos 50 em cafés luxuosos das cidades e dominaram o consumo nos centros urbanos do homem moderno, que era regido pelo trabalho na indústria e pelo tempo marcado pelo relógio.
Por muito tempo, coado e espresso conviveram nas cafeterias, mas a partir dos anos 80, a moda do café espresso pegou de vez e o cafezinho feito no coador perdeu espaço nos restaurantes e diversos outros estabelecimentos. E, com a queda dos preços das máquinas, ele também foi perdendo espaço nas residências.
Porém, como já ressaltamos aqui, este hábito tem sofrido alterações ao longo do tempo, já que a preferência nacional atualmente é o café coado. Para a historiadora, a volta do coador tem pelo menos duas explicações: a primeira é comportamental e nostálgica; e a segunda é comercial, devido ao fortalecimento do mercado interno e demanda por bons grãos.
Desde que bons cafés deixaram de ser apenas produzidos para exportação, os brasileiros passaram a apreciar melhor o café e, paradoxalmente, os métodos que concentram sabores – como o espresso – não são os melhores para perceber a qualidade da bebida. É como se as partículas brigassem para chegar ao nariz e à língua. No café coado não há tanto congestionamento e as partículas ficam mais ágeis e melhores para serem degustadas.
Agora queremos saber, como você prefere o seu café: coado ou espresso?
Fonte: Estadão

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