segunda-feira, 23 de setembro de 2013

“Fome na região do Sahel é evitável”


Fome na região do Sahel, confrontos na República Democrática do Congo e desenvolvimentos preocupantes na Zâmbia foram os temas em destaque esta semana nas páginas da imprensa alemã.

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02_2012 Themenbild für PresseschauAnsprechpartner: Simone.Huels@dw-world.de

“ A fome é evitável” titula o jornal Neues Deutschland. Há meio século que a Welthungerhilfe, Ação Agrária Alemã, está activa em inúmeros países para tentar combater os défices alimentares. E nem tudo são más notícias, acrescenta o diário. "Em 1962 trinta por cento da população mundial passava fome, em 2012 “só” cerca de 13 por cento da população mundial está ameaçada pelas crises alimentares”.
Para a presidente da Welthungerhilfe, Bärbel Dieckmann é “completamente inaceitável“ que 925 milhões de pessoas passem fome quando se produzem alimentos suficientes para alimentar toda a população do planeta. “Aquilo que o Corno de África viveu em 2011”, escreve o Neues Deutschland, “pode acontecer em 2012 na região do Sahel: fome em consequência da seca”. Esta crise alimentar poderá afectar até 18 milhões de pessoas.
Região do Sahel atingida pela fome
Região do Sahel atingida pela fome
O Sahel, que vai do oeste ao leste da África, passando por partes de países como Mali, Senegal, Níger, Chade, Mauritânia, Burkina Fasso, Gambia e Camarões, está a viver os efeitos de uma temporada de chuvas especialmente fraca e irregular, que atrapalhou as colheitas e a alimentação do gado e fez subir o preço dos alimentos e focos de instabilidade política. Na questão política, o caso mais grave é o do Mali, que enfrenta uma rebelião rebelde tuaregue no norte e as consequências de um golpe de Estado.
Confrontos na RDC agravam situação humanitária
A imprensa alemã olha também para a República Democrática do Congo. Um país de riquezas imensas mas que só beneficia uma minoria e onde os combates no leste do país prosseguem. “Dia após dia chegam refugiados aos campos no leste do país. As organizações humanitárias estão no limite das suas capacidades”, escreve o Die Tageszeitung.
Confrontos violentos opõem há dois meses no leste da RDC as forças governamentais a ex-rebeldes amotinados.Sob o comando do general Bosco Taganda, antigo tenente do líder rebelde Laurent Nkundabatware, vários soldados recrutados pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo revoltaram-se e confrontam-se contra o Exército Nacional congolês. Os confrontos já provocaram a deslocação de centenas de milhares de civis, muitos dos quais se refugiaram no Uganda e no Rwanda.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) lançou um mandado de captura internacional contra Bosco Taganda por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, cometidos quando ele combatia ao lado do líder rebelde Laurent Nkundabatware, responsável do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), refugiado na República do Rwanda desde 2007.
Nascimento de uma ditadura na Zâmbia?
Michael Sata Presidente da Zâmbia
Michael Sata Presidente da Zâmbia
Eleito há nove meses numas eleições livres, Michael Sata, o novo chefe de estado da Zâmbia prometeu lutar contra a corrupção, contudo neste país vizinho de Angola pode estar a assistir-se “ao nascimento de uma ditadura”, salienta o Frankfurter Allgemeine Zeitung . “Disfarçada de luta contra a corrupção vive-se na Zâmbia uma caça às bruxas contra os adversários políticos do presidente”. E não apenas políticos estão a ser perseguidos, prossegue o jornal, “nos meios de comunicação social estatais os jornalistas críticos foram afastados e os poucos meios privados estão a ser alvo de uma onda de processos difamação e calúnia”.

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