Ratos e camundongos da cidade têm cérebros maiores do que os do campo: interferência humana
Carl Zimmer
Carl Zimmer
Em um novo estudo, a bióloga da Universidade de Minnesota, Emilie C. Snell-Rood, oferece evidência sugerindo que nós podemos estar promovendo a evolução de um modo mais surpreendente. À medida que alteramos os locais onde os animais vivem, nós podemos estar alimentando a evolução de cérebros maiores.
Snell-Rood baseia sua conclusão em uma coleção de crânios de mamíferos mantida no Museu Bell de História Natural, na Universidade de Minnesota. Ela escolheu 10 espécies para estudar, incluindo camundongos, musaranhos, morcegos e geômis. Ela selecionou dezenas de crânios individuais que foram reunidos desde um século atrás. Uma estudante, Naomi Wick, mediu as dimensões dos crânios, possibilitando a estimativa do tamanho de seus cérebros.
Dois resultados importantes surgiram da pesquisa. Em duas espécies –o rato silvestre "Peromyscus leucopus" e o arganaz-dos-prados– os cérebros dos animais das cidades ou subúrbios eram aproximadamente 6% maiores do que os cérebros dos animais coletados em fazendas ou outras áreas rurais. Snell-Rood conclui que quando essas espécies se mudam para as cidades, seus cérebros se tornam significativamente maiores.
Snell-Rood e Wick também descobriram que em áreas rurais de Minnesota, duas espécies de musaranhos e duas espécies de morcegos também sofreram aumento do tamanho do cérebro.
Snell-Rood propõe que o cérebro de todas as seis espécies se tornou maior porque os seres humanos mudaram radicalmente Minnesota. Onde antes existiam florestas e pradarias intocadas, agora há cidades e fazendas. Nesse ambiente perturbado, os animais mais capazes de aprender coisas novas apresentavam maior probabilidade de sobreviver e procriar.
Estudos por outros cientistas associaram melhor aprendizado em animais com cérebros maiores. Em janeiro, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, descreveram um experimento no qual criaram lebistes com cérebros de tamanho maior. Os peixes com cérebro maior apresentaram resultados melhores nos testes de aprendizado do que seus primos de cérebros menores.
Os animais que colonizam as cidades precisam aprender como encontrar comida nos prédios e outros locais não encontrados por seus ancestrais.
"Nós também estamos mudando as populações rurais", disse Snell-Rood. À medida que as florestas são derrubadas para obtenção de madeira ou para agricultura, por exemplo, os morcegos precisam viajar mais para encontrar alimento e ainda serem capazes de voltar para casa para dormir. Cérebros maiores também podem tê-los beneficiado.
Outros cientistas não envolvidos na pesquisa a saudaram como o primeiro trabalho sobre mudanças significativas no tamanho do cérebro de animais fora do laboratório. "Eu acho que os resultados são empolgantes e merecem trabalho adicional", disse Jason Munshi-South, um biólogo evolutivo da Universidade Fordham.
Munshi-South e outros pesquisadores veem a necessidade de testar a hipótese de Snell-Rood de novas formas, para descartar explicações alternativas.
Se ela estiver certa, por exemplo, então a mesma tendência que ela observou em Minnesota deve existir em coleções de crânios de museus de outras regiões altamente desenvolvidas do mundo.
Também deve ser possível continuar a pesquisa em laboratório, cruzando mamíferos rurais de cérebro pequeno com seus primos de cérebros maiores. Estudando suas crias, os cientistas poderiam estudar os genes envolvidos na produção de cérebros de tamanho diferente. Eles poderiam até mesmo submeter os animais a testes para ver o quanto a vida em um mundo dominado pelo homem mudou a forma como seus cérebros trabalham.
Mas o experimento supremo de reprodução para testar a hipótese de Snell-Rood pode não ser possível fora do set de filmagem de "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros". "O que seria realmente bacana seria criar populações do ano 1900", disse Snell-Rood rindo, "mas não podemos fazer isso".
Snell-Rood e Wick também descobriram que em áreas rurais de Minnesota, duas espécies de musaranhos e duas espécies de morcegos também sofreram aumento do tamanho do cérebro.
Estudos por outros cientistas associaram melhor aprendizado em animais com cérebros maiores. Em janeiro, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, descreveram um experimento no qual criaram lebistes com cérebros de tamanho maior. Os peixes com cérebro maior apresentaram resultados melhores nos testes de aprendizado do que seus primos de cérebros menores.
Os animais que colonizam as cidades precisam aprender como encontrar comida nos prédios e outros locais não encontrados por seus ancestrais.
"Nós também estamos mudando as populações rurais", disse Snell-Rood. À medida que as florestas são derrubadas para obtenção de madeira ou para agricultura, por exemplo, os morcegos precisam viajar mais para encontrar alimento e ainda serem capazes de voltar para casa para dormir. Cérebros maiores também podem tê-los beneficiado.
Outros cientistas não envolvidos na pesquisa a saudaram como o primeiro trabalho sobre mudanças significativas no tamanho do cérebro de animais fora do laboratório. "Eu acho que os resultados são empolgantes e merecem trabalho adicional", disse Jason Munshi-South, um biólogo evolutivo da Universidade Fordham.
Munshi-South e outros pesquisadores veem a necessidade de testar a hipótese de Snell-Rood de novas formas, para descartar explicações alternativas.
Se ela estiver certa, por exemplo, então a mesma tendência que ela observou em Minnesota deve existir em coleções de crânios de museus de outras regiões altamente desenvolvidas do mundo.
Também deve ser possível continuar a pesquisa em laboratório, cruzando mamíferos rurais de cérebro pequeno com seus primos de cérebros maiores. Estudando suas crias, os cientistas poderiam estudar os genes envolvidos na produção de cérebros de tamanho diferente. Eles poderiam até mesmo submeter os animais a testes para ver o quanto a vida em um mundo dominado pelo homem mudou a forma como seus cérebros trabalham.
Mas o experimento supremo de reprodução para testar a hipótese de Snell-Rood pode não ser possível fora do set de filmagem de "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros". "O que seria realmente bacana seria criar populações do ano 1900", disse Snell-Rood rindo, "mas não podemos fazer isso".
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