A pesquisa selecionou 25 matérias do jornal que davam relevância ao Brasil
Manchete veiculada no New York Times em 1º de abril de 1964, dia em que culminou o golpe de Estado promovido pelos militares (Imagem cedida pela pesquisadora)
A publicação noticiava todas as violações aos direitos humanos promovidas pelo governo brasileiro, mas não citava o envolvimento norte-americano nestas questões. “Na hora que você está lendo, parece inofensivo, mas, de fato, mostra alguma tendência”, segundo Renata, que defendeu seu mestrado em novembro de 2013 na ECA.
Seleção dos textos
“Quando o jornal coloca na primeira página, representa a fala dele”, comenta Renata, justificando os critérios que usou para selecionar as reportagens e artigos analisados. De todas as matérias que incluíam o termo “Brazil”, de 1964 a 1985, ela selecionou apenas as que estavam na capa, abordavam as temáticas de política e cultura e tinham foco na interligação entre os dois países. Ao final da seleção no acervo online da publicação, sobraram 25 artigos.
Antes de fazer a análise, a filósofa estudou dois pensadores que tinham visões opostas sobre a atuação dos Estados Unidos na ditadura militar brasileira. Para Carlos Fico, essa interferência foi negativa, já que, entre outros motivos, o país colaborou com o golpe de Estado em 1964. Já James Green acredita que a intervenção positiva, representada pela ajuda no retorno à democracia empreendida pelo presidente Jimmy Carter, predominou. “Eu balanceei referências históricas positiva e negativa para ter uma base histórica neutra”, explica.
A pesquisa, de título O Brasil ditatorial nas páginas do New York Times (1964-1985), foi orientada pela professora Sandra Reimão. A dissertação, defendida em novembro de 2013, foi recomendada para publicação em livro pela banca avaliadora. O link para visualização completa da dissertação deve ser disponibilizado em breve pelo Banco de Teses da USP.
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