Neste sábado (18), ações de mobilização em apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff coloriram de vermelho as ruas de São Paulo. Os atos reuniram a comunidade nordestina da Região Metropolitana da capital paulista, com a participação dos governadores Jaques Wagner, da Bahia, e Wellington Dias, do Piauí.
“Nós estamos muito contentes por termos dois governadores nordestinos aqui em São Paulo, que tem uma comunidade grande dos estados por eles representados. Eles queriam trazer o carinho e o sentimento vitorioso deles pra cá para reforçar nossa campanha e foram muito bem sucedidos”, disse o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, que explicou que a última semana de campanha será de muita mobilização.
“Acreditamos que as pessoas vão começar a refletir o que são as promessas de campanha e a realidade do País. Nós queremos saber da população se hoje ela está melhor ou pior que há 12 anos. E eu sei que a resposta é que melhorou de vida. A militância está com um ânimo e um aguerrimento extraordinário”, exaltou Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e coordenador da campanha.
Batizada de ‘Sábado Nordestino’, a mobilização teve início da manhã, em São Miguel, na zona Leste da cidade, com uma carreata com o governador Jaques Wagner, que terminou com um ato na Praça do Forró.“Eu vim trazer o abraço dos baianos, dos que nos deram a vitória, e ajudar a transmitir essa energia positiva”, disse Jaques Wagner depois do evento, quando afirmou ter sentido muita receptividade. 
Mais mudanças
No Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, na zona Sul, foi realizada uma caminhada e visita ao comércio local com o governador Wellington Dias, também pela manhã. Em seguida, os dois governadores almoçaram com dirigentes do Partido do Trabalhadores e militantes no Centro de Tradições Nordestinas, no Bairro do Limão.
Para Wellington Dias, o segundo turno é como uma nova eleição e ele acredita na independência do eleitor de São Paulo. “Acreditamos que querem votar para o melhor para o estado e para o Brasil. É uma eleição nacional e São Paulo tem uma nação nordestina aqui dentro, uma quantidade grande de pessoas que aqui foram bem recebidas e que também ajudaram a construir riquezas daqui”, disse o governador.
Em 2013, os nordestinos representavam 18,34% da população da Região Metropolitana de São Paulo, cerca de 3,8 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
O secretário da prefeitura de São Paulo, Chico Macena, acredita que os nordestinos têm hoje a dimensão da importância dos governos Lula e Dilma, tanto para as grandes cidades como para São Paulo, com geração de renda, de emprego e desenvolvimento econômico, mas também para as outras regiões do País. “Sabemos que o Nordeste mudou. A pesar de estarmos enraizados aqui, temos familiares lá e percebemos as mudanças. A minha cidade natal, Bom Conselho, por exemplo, está transformada, com comércio, com indústria e com o povo vivendo muito melhor”, exaltou.
Mecena acredita que o ato realizado em São Paulo foi importante para fazer um resgate das realizações e da possibilidade da continuidade de um Brasil de desenvolvimento, de inclusão social e contra o preconceito.
Mais Nordeste
Por décadas, a Região Nordestina sofreu pela falta de investimentos e ficou estigmatizada como a região mais pobre, sem oportunidade, com menos infraestrutura e com as maiores desigualdades do Brasil. A concentração de riquezas, indústrias e investimentos no Sudeste provocou, por muito tempo, uma migração que esvaziou terras no Nordeste e superpovoou as periferias no eixo Rio-São Paulo.
Recentemente, a região foi alvo de críticas preconceituosas lançadas pelo partido adversário da presidenta Dilma. A candidata à reeleição, obteve expressiva votação na região no primeiro turno somando, por exemplo, 69% no Ceará e 68% no Maranhão.
Os números demonstram o reconhecimento da população nordestina quanto aos investimentos realizados nos últimos 12 anos pelo Governo Federal, com foco na diminuição das desigualdades e na construção de um País mais forte. Foram implementadas políticas sociais inovadoras de distribuição de renda, com o aumento do emprego formal e a estabilidade financeira e política, que diminuíram a significativamente a desigualdade e a pobreza extrema, especialmente no Nordeste.
Wellington Dias afirma que no momento estão em jogo dois projetos distintos, que já foram testados no Brasil. “Nós queremos que o povo brasileiro possa escolher o melhor pensando no Brasil. Eu acho que há de um lado uma tentativa de uma política de ódio, de preconceito, de injúria, de difamação, uma política em que quer simplificar como se fosse uma disputa entre ricos e pobres. Como quem é pobre é nordestino, enfim, fosse um brasileiro de segunda categoria e não é nada disso”, disse, explicando que seu estado, o Piauí, deu 71% dos votos para a presidenta Dilma, apresenta uma grande mudança desde o primeiro governo do presidente Lula.
“Nós éramos o estado mais pobre do Brasil, não somos mais. Tínhamos mais de 400 mil pessoas com ensino médio, hoje são mais de 1,2 milhão. Hoje, temos orgulho de dizer que a cidade brasileira campeã de medalhas olímpicas de matemática e de física é Cocal dos Alves, no Piauí; a cidade que mais tem doutores proporcionais no País é Bom Jesus, também no Piauí. Ou seja, há mudanças sólidas acontecendo lá e é isso que o povo tá reconhecendo”, afirmou Dias.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, participou da mobilização e afirmou que é hora de fortalecer a unidade nacional. “Nossos governos deram resposta aos problemas universais e acho que isso é o que tem que ser reforçado, o quanto é importante para o Brasil manter a sua unidade, manter sua compreensão. O projeto não é local”, disse.