Mapas da Sabesp indicam locais mais sujeitos à falta de água em São Paulo

Documento obtidos e publicados no site do Idec mostram indicações de regiões mais altas em diversos bairros da cidade que podem ter problemas de abastecimento

por Redação RBA publicado 28/10/2014 18:43, última modificação 28/10/2014 18:56

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Cor azul define regiões de abastecimento, enquanto a vermelha marca locais afetados por redutores de pressão

São Paulo – A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) repassou ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), na última sexta-feira (24), 13 mapas que apontam os bairros da capital paulista mais propensos a sofrerem falta de água. Segundo o instituto, os locais indicados em vermelho são os pontos mais altos – há indicação da altura em relação ao nível do mar em cada ponto. Os documentos foram obtidos pelo Idec por meio de um pedido formal de informação, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Para o Idec, a importância da liberação do documento é que a população que mora em locais próximos aos indicados nos mapas tem condições de se programar e agir com mais rigor na economia de água.

O gerente técnico do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira, considera que esse é um passo, mas ainda é preciso avançar muito na transparência da Sabesp, como colocar no site os endereços exatos e horários de falta d’água na cidade. “Mas é a primeira vez que a empresa reconhece publicamente que algumas zonas sofrem desabastecimento. O usuário que não estiver nessas áreas do mapa e mesmo assim sofrer com falta d’água, por exemplo, tem mais elementos agora para exigir explicações da Sabesp”, avaliou.

Mesmo assim, os mapas não são simples de entender. Os locais em vermelho ficam isolados de outras informações e poucas ruas estão identificadas. As definições dos locais próximos foram feitas com a comparação com mapas disponíveis na internet.

Alguns locais onde o problema já é conhecido também não apresentam qualquer demarcação nos documentos. No mapa 9, por exemplo, a região do Parque Novo Mundo (situado no distrito da Vila Maria), onde a RBAconstatou a falta de água em agosto, não tem indicação.

Em nota, a companhia negou que as indicações demarquem locais potencialmente propensos a falta de água e informou que são apenas válvulas de redução de pressão. Os equipamentos são utilizados para diminuir vazamentos na rede e têm sido utilizados, principalmente, à noite.

"O material disponível no site do instituto parte de uma premissa equivocada e desprovida de qualquer fundamentação técnica ao afirmar que as áreas sob influência das VRPs (válvulas redutoras de pressão) são regiões de risco e, por isso, sujeitas a um desabastecimento. Além de incorreta, a conclusão do Idec induz os consumidores ao erro e cria pânico na população", diz um trecho da nota.

No entanto, o próprio secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, já admitiu que tal procedimento pode fazer com que a água não chegue em alguns locais. "Pode não chegar. Mas são bairros que você vê que em uma casa falta, na outra casa não falta", disse, durante o congresso Arq.Futuro, realizado em São Paulo, no fim de setembro.

Abaixo, os mapas dos locais que a Sabesp define como regiões críticas e, portanto, que podem sofrer desabastecimento. As áreas estão assinaladas em vermelho e seguidas de um número que indica a altura em relação ao nível do mar.

Mapa 1: Compreende as regiões de Brás (Canindé, Pari, Bom Retiro), Consolação, Paulista, Consolação, Cambuci (Jardim Glória), Ipiranga (Vila São José, Vila Dom Pedro II), Sacomã (Vila Independência, Vila Carioca, Vila Heliópolis, Cidade Nova Heliópolis), Vila Alpina;

Mapa 2: Lapa, Casa Verde, Perdizes, Vila Romana, Sumaré, Pinheiros, Jardim América, Vila Mariana, Jabaquara, Sacomã, Cursino, Vila Nova Conceição;

Mapa 3: Mooca (Jardim Italia/ Vila Oratório/ Belenzinho/ Jd. Anália Franco), Carrão, Vila Formosa;

Mapa 4: São Matheus, Jardim da Conquista, Jardim São Pedro, Sapopemba;

Mapa 5: Penha (parte), Artur Alvim, Ermelino Matarazzo, Guaianazes, Cidade Tiradentes, Santa Etelvina, Itaquera, Vila Matilde (Jardim Itapema, Jardim Aricanduva, Jardim Marília), Carmo, Savoy, Vila Aricanduva;

Mapa 6: Penha (parte), Cangaíba, Jardim Popular, Artur Alvim, Ermelino Matarazzo, São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Itaquera, Penha (Jardim Jaú, Vila São Geraldo e Vila Guarani), Vila Matilde (Jardim Itapema, Jardim Aricanduva, Jardim Marília);

Mapa 7: Mairiporã (Irara Branca), Parque Cantareira, Horto (Tremembé, Vila Amélia, Jardim Itatinga), Vila Nova Cachoeirinha (Vila Basiléia, Cachoerinha, Jardim Centenário, Jardim Aida, Imirim, Limão, Jardim das Graças, Vila Carbone, Vila Palmeiras, Vila Santista), Casa Verde, Vila Brasilândia (Vila Bruna, Vila Cavaton, Chácara Nossa Senhora Aparecida, Jardim Mariliza, Vila Hermínia, Jardim Monte Alegre), Freguesia do Ó ( Jardim São José, Vila Portugal, Jardim São Ricardo, Jardim Iris, Vila Anastácio, Vila Ursulina, Vila Santa Delfina, Moinho Velho, Vila Picinin, Vila Brasilândia, Parque Monteiro Soares, Vila Julio Cesar, Itaeraba, Vila Palmeiras)

Mapa 8: Parque Anhanguera, Perus, Pirituba, Vila Jaraguá;

Mapa 9: Tremembé, Tucuruvi, Edu Chaves, Santana, Mirante, Vila Medeiros, Vila Maria;

Mapa 10: Jardim Ângela, Jardim São Luiz, Pirajussara, Morumbi, Taboão da Serra (Jardim Record), Raposo Tavares, Butantã: Jardim Rizzo, Jardim São Remo, Jardim Jaqueline, Jardim Peri Peri e Vila Sônia

Mapa 11: Embu – Vista Alegre, Embu – Centro, Embu – Santo Antônio, Itapecerica da Serra – Campestre, Centro; Embu Guaçu (Parque Santa Bárbara e Chácara Balbina), Embu Guaçu Centro, Jardim Ângela, Jardim São Luiz, Santo Amaro.

Mapa 12: Jardim das Fontes, Colônia, Interlagos, Grajaú, Americanópolis (parte);

Mapa 13: Brooklin, Santo Amaro (região da Granja Julieta), Chácara Flora, Americanópolis, Campo Belo, Jabaquara, Vila do Encontro.