terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Delícias da pequena e produtiva terra dos Carnielli


Delícias da pequena e produtiva terra dos Carnielli


As montanhas do Espírito Santo estão recheadas de belos exemplos como as pequenas e produtivas propriedades rurais onde predominam a mão-de-obra familiar. Pelo menos era assim lá pelos idos anos de 1990 quando, acompanhado do editor Ronald Mansur, eu fazia reportagens para o Jornal do Campo da TV Gazeta. E acredito que ainda seja.

A lembrança me veio ao percorrer a Feira do Produtor Rural, realizada nas manhãs de domingo em uma praça da área central de Londrina, Norte do Paraná, onde hoje vivo e trabalho.

Recordo do Hélio Zanchetta, em Castelo, com os deliciosos embutidos e defumados de suíno processados por ele artesanalmente. Mas quero aqui neste espaço ressaltar a família Carnielli, em Venda Nova do Imigrante, também na região montanhosa do Sul do Estado, que tão bem soube agregar valores em seu pequeno sítio. Não lembro quantos hectares tem. Sei que não é grande. Nele, produz (ou pelo menos produzia à época) café, milho, feijão, arroz, hortaliças e criava gado leiteiro. Salvo engano tinha também uma pequena granja de galinha.

Quantas vezes estivemos lá. A propriedade fica na saída para Castelo e era parada obrigatória quando íamos para aquelas bandas, mesmo que não fôssemos fazer matéria. Passávamos para fazer uma visita àquela família acolhedora, de origem italiana, e aproveitávamos para comprar queijo, pó de café, fubá, doces cristalizados, geleias e compotas. Frutos de um trabalho conjunto de pais, filhos, noras e genros. Todo o sustento deles era (e a credito que ainda seja) tirado daquela terra bem cuidada. Com a participação, inclusive, de um filho especial, tratado com muito amor por todos e que sempre nos recebia com um jeito e uma alegria que eram só dele.

A variedade, a qualidade e os sabores dos queijos (com azeitona, orégano, pimenta do reino verde, entre outros) me deixam com água na boca ainda hoje. Ao chegar, éramos levados até uma farta mesa para degustação. Sempre tinha uma novidade em meio às iguarias, que nos era apresentada com orgulho. De aperitivo, uma deliciosa cachaça, produzida e envelhecida em alambiques da região. Havia quem preferisse um não menos gostoso cafezinho passado na hora. Eu nunca resisti àquela cachacinha.

O lugar virou ponto de parada obrigatória para quem subia (ou sobe) a serra a trabalho ou a passeio.

Este é apenas um dos gratificantes exemplos da importância da pequena propriedade rural, da agricultura familiar que produz alimentos e agrega valor com a comercialização de produtos que saem dela mesmo, aliados à força de vontade e à criatividade de gente como os Carnielli.

Sérgio Marqueze 

Nenhum comentário:

Postar um comentário