Perseu Abramo lança livro "Reconquistar a Cidade", de Marcio Pochmann
Para aprofundar o atual debate sobre o direito à cidade, a Editora Fundação Perseu Abramo lança o livro “Reconquistar a Cidade – O conhecimento como estratégia das mudanças” do economista Marcio Pochmann. Este livro apresenta análises de como as cidades brasileiras podem enfrentar os problemas urbanos sem utilizar velhos modelos de cidade industrial, pautados no interesse pessoal. Para tal, o autor utiliza como recorte territorial a cidade de Campinas, a partir da qual procura reconstituir o panorama da crise do capitalismo no mundo.
Redação
São Paulo - Para aprofundar o atual debate sobre o direito à cidade, a Editora Fundação Perseu Abramo lança o livro “Reconquistar a Cidade – O conhecimento como estratégia das mudanças” do economista Marcio Pochmann. Este livro apresenta análises de como as cidades brasileiras podem enfrentar os problemas urbanos sem utilizar velhos modelos de cidade industrial, pautados no interesse pessoal. Para tal, o autor utiliza como recorte territorial a cidade de Campinas e a partir desta reconstitui o panorama da crise do capitalismo no mundo.
Estão presentes no livro reflexões sobre as novas dinâmicas que a economia brasileira, em ascensão, vem implementando ao longo dos últimos anos. O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, um dos maiores símbolos dessa transformação, escreve o prefácio da obra.
No atual cenário de crise global e ascensão brasileira, o Estado de São Paulo, como retratado no livro, enfrenta um esvaziamento econômico guiado pela desindustrialização e estagnação dos avanços sociais. Como soluções possíveis, o autor aponta o exercício da cidadania e a busca por conhecimento alinhados aos conceitos de modernização e descentralização administrativa, como pontos fundamentais para construção de uma cidade sustentável.
O livro está dividido em três capítulos. No primeiro deles, “Dilemas da Urbanidade”, o autor argumenta que é necessário retomar o conceito de cidadania para se pensar uma cidade sustentável. Na prática, é possível dizer que isto significa defender a democracia dos direitos e discutir políticas públicas eficientes diante do avanço neoliberal. Além disso, de acordo com Pochmann, no Brasil ainda predomina “a cidade diferenciada”, em que os principais equipamentos não se encontram próximos da população de menor rendimento e a vulnerabilidade ambiental estende-se territorialmente, especialmente nas médias e grandes cidades, caracterizadas pela presença das favelas e serviços públicos distribuídos irregularmente. O conhecimento, nesse contexto, seria ferramenta para que a cidade pudesse ser reinventada com base em um projeto de futuro “desejável”.
O capítulo “A Cidade Conhecida”, o segundo da obra, traz ao leitor um retrato socioeconômico de Campinas nas últimas décadas. São apontados os fenômenos transicionais do município que interferiram em sua economia e, posteriormente, é feita transposição destes para o campo social.
Colocados desta forma, os estudos do autor tornam-se objeto claro à interpretação do leitor, que facilmente faz analogia entre os acontecimentos relacionados às finanças e a qualidade de vida da população. Entre os exemplos, revisitamos que, entre a década de 1980 e os dias atuais, Campinas convive com queda relativa de seus indicadores de participação no PIB estadual e nacional. Isso corresponde à decadência do setor secundário da economia (Construção Civil e Indústria), que só atualmente vem sendo substituído competentemente pelas atividades ligadas à oferta de serviços. A partir da consistente apresentação de dados, estatísticas e análises, mais uma vez é possível identificar a importância do conhecimento para a formulação de estratégias em favor de futuros sustentáveis.
No final do livro, Marcio Pochmann volta as atenções para peculiaridades de Campinas enquanto cidade com potencial de transformação. Para que se possa apontar as reais necessidades de determinada população é preciso uma análise completa dos agentes que cercam as possibilidades territoriais em conjunto à administração pública local. E é exatamente isto que o autor faz no capítulo “Desafios Contemporâneos à Reconquista da Cidade”.
Sobre o autor
Marcio Pochmann é economista e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A partir de 2007, passou a exercer a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, cujo comando deixou este ano para retornar a Campinas.
Estão presentes no livro reflexões sobre as novas dinâmicas que a economia brasileira, em ascensão, vem implementando ao longo dos últimos anos. O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, um dos maiores símbolos dessa transformação, escreve o prefácio da obra.
No atual cenário de crise global e ascensão brasileira, o Estado de São Paulo, como retratado no livro, enfrenta um esvaziamento econômico guiado pela desindustrialização e estagnação dos avanços sociais. Como soluções possíveis, o autor aponta o exercício da cidadania e a busca por conhecimento alinhados aos conceitos de modernização e descentralização administrativa, como pontos fundamentais para construção de uma cidade sustentável.
O livro está dividido em três capítulos. No primeiro deles, “Dilemas da Urbanidade”, o autor argumenta que é necessário retomar o conceito de cidadania para se pensar uma cidade sustentável. Na prática, é possível dizer que isto significa defender a democracia dos direitos e discutir políticas públicas eficientes diante do avanço neoliberal. Além disso, de acordo com Pochmann, no Brasil ainda predomina “a cidade diferenciada”, em que os principais equipamentos não se encontram próximos da população de menor rendimento e a vulnerabilidade ambiental estende-se territorialmente, especialmente nas médias e grandes cidades, caracterizadas pela presença das favelas e serviços públicos distribuídos irregularmente. O conhecimento, nesse contexto, seria ferramenta para que a cidade pudesse ser reinventada com base em um projeto de futuro “desejável”.
O capítulo “A Cidade Conhecida”, o segundo da obra, traz ao leitor um retrato socioeconômico de Campinas nas últimas décadas. São apontados os fenômenos transicionais do município que interferiram em sua economia e, posteriormente, é feita transposição destes para o campo social.
Colocados desta forma, os estudos do autor tornam-se objeto claro à interpretação do leitor, que facilmente faz analogia entre os acontecimentos relacionados às finanças e a qualidade de vida da população. Entre os exemplos, revisitamos que, entre a década de 1980 e os dias atuais, Campinas convive com queda relativa de seus indicadores de participação no PIB estadual e nacional. Isso corresponde à decadência do setor secundário da economia (Construção Civil e Indústria), que só atualmente vem sendo substituído competentemente pelas atividades ligadas à oferta de serviços. A partir da consistente apresentação de dados, estatísticas e análises, mais uma vez é possível identificar a importância do conhecimento para a formulação de estratégias em favor de futuros sustentáveis.
No final do livro, Marcio Pochmann volta as atenções para peculiaridades de Campinas enquanto cidade com potencial de transformação. Para que se possa apontar as reais necessidades de determinada população é preciso uma análise completa dos agentes que cercam as possibilidades territoriais em conjunto à administração pública local. E é exatamente isto que o autor faz no capítulo “Desafios Contemporâneos à Reconquista da Cidade”.
Sobre o autor
Marcio Pochmann é economista e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A partir de 2007, passou a exercer a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, cujo comando deixou este ano para retornar a Campinas.
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