quarta-feira, 19 de agosto de 2015

"Meu pai falou: o dia que eu quisesse sair dali, ia mudar para melhor"

18/08/2015 18:40
Depois de mais de três décadas vivendo na iminência de perder tudo por enchentes
 do Rio Aquidauana, Mirian Belo e família mudam para uma casa segura e já podem 
sonhar com um futuro ainda melhor

Anastácio (MS), 18 – Durante mais de 30 anos, Mírian Belo da Silva, 55 anos, e sua família 
viveram com medo das chuvas. A casa era simples, telhado baixo de amianto, com escoras 
perfuradas por cupins e chão de piso queimado, às margens do rio Aquidauana. A cada chuva
 forte, o rio avançava para dentro do lar e eles conviviam com a certeza do alagamento.

A casa foi comprada pelos seus pais, João Belo da Silva e Regina Oliveira da Silva. Mírian 
chegou a contar dez grandes enchentes com água até a cintura. Já perdeu fogão, colchão 
e móveis e já correu muitas vezes para as casas dos vizinhos em busca de abrigo. “Meu pai
 falou que o dia em que eu quisesse sair dali, eu ia conseguir mudar para melhor. Ele não 
está aqui agora para ver minha alegria de ter uma casa”, conta emocionada.

Mírian é uma das beneficiárias do Residencial Cristo Rei, inaugurado no dia 10 de agosto, 
em Anastácio, município do Pantanal sul-matogrossense. Foram 809 habitações construídas 
com recursos dos programas de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) e Minha Casa Minha 
Vida. Além dela, outras 49 famílias ribeirinhas da cidade já se mudaram para o novo endereço, 
que ainda tem quadra poliesportiva, academia, posto de saúde, creche, escola em construção,
 avenida e ruas pavimentadas. Tudo com sinalização e acessibilidade.

Ubirajara Machado/MDS

Ao receber a chave da casa, começou a chorar: um misto de alegria, alívio, agradecimento e 
também uma homenagem ao seu João. Sua história, de muitas dificuldades, Mírian narra de
 maneira simples. “Nós fomos criados em fazenda. Meus pais tiveram cinco filhos e lá não tinha 
escola. Eu comecei a estudar com 12 para 13 anos e parei de estudar na 2ª série. Comecei 
a trabalhar com 15 anos. Depois casei e tive meus três filhos.”

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Desde adolescente trabalhando como faxineira, só voltou aos estudos depois que separou
 do marido, há 17 anos. E, então, conseguiu concluir o ensino fundamental no programa de 
Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Eu só tinha uma faxina para fazer nessa época. 
Cuidava de dia da minha mãe e estudava à noite. Pagava uma pessoa para ficar com 
ela para eu poder estudar.”

Mírian achava que nunca iria conseguir uma casa própria com o seu trabalho de diarista. 
Ela ganha de R$ 40 a R$ 60 por faxina, que varia conforme o tamanho da residência. O 
Bolsa Família complementa sua renda e é usado para pagar a água e luz e comprar gás
 e material escolar para os netos.

Ubirajara Machado/MDS

Para o novo lar, vão junto a filha, Juciene Caetano da Silva, e seus dois netos. E, agora,
 todos vivendo de maneira mais segura, o que permite planejar o futuro. “Meus filhos 
estudaram. Dois concluíram o ensino médio. E um parou na 5ª série. Dou todo o apoio, 
toda força, para os meus netos, porque eu não tive oportunidade. Quero que eles sigam
 os estudos até onde eles quiserem ir.”

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

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