As novelas globais, que tanta alegria e grana deram à famiglia Marinho, estão perdendo o encanto. Na sexta-feira (29), no seu último capítulo, "Babilônia" bateu recorde negativo histórico de audiência na emissora. O fiasco foi motivo de comentários de vários especialistas em televisão. Keila Jimenez, do site R7, postou a análise mais demolidora:
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"Babilônia" chegou ao fim sem frisson, sem expectativa alguma. A trama que estreou com cara de promissora, se enrolou nas polêmicas, mudou de curso e como um barco sem rumo deixou personagens e tramas à deriva, e o espectador, completamente perdido.
O resultado disso foi uma audiência abaixo do esperado pela emissora e um capítulo final que bateu recorde negativo na história do horário.
Segundo medição prévia do Ibope, o capítulo final de "Babilônia", exibido das 21h20 às 22h45, marcou apenas 32,4 pontos de média. Sem sombra de dúvidas foi a pior audiência de final de uma novela das 21h na Globo. SBT e Record registraram 9 pontos no horário.
Para se ter uma ideia da queda, o desfecho da novela teve 30% a menos de audiência que o final de sua antecessora no horário, "Império", que marcou 46 capítulo final.
A diferença é maior ainda se comparada a um dos grandes sucessos da Globo na faixa, "Avenida Brasil" (2012), que encerrou sua jornada na emissora cravando 51 pontos no capítulo final. Nesse comparativo, "Babilônia" teve 40% a menos de audiência em seu último capítulo.
Na média geral, "Babilônia" deve ficar na casa dos 25 pontos, o que é pouco para o horário na Globo, que prospecta sempre audiência acima dos 30 pontos.
Muito criticada logo no início por polêmicas como o casal de lésbicas, cenas de sexo e violência, "Babilônia" patinou.
Os autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares, e João Ximenes, excelentes dramaturgos, pareciam desmotivados, querendo que tudo aquilo acabasse logo. Assim foi o último capítulo. O suspense de "quem matou?", no caso, o morto era o personagem Murilo (Bruno Gagliasso), não casou frisson.
A despedida da trama teve casamentos, triângulo amoroso, beijos, beijos gays, político corrupto preso e as vilãs despencando de um penhasco, em uma versão torta de "Thelma & Louise" (1991), o filme. Nada de mais. Emoção e expectativa de menos. Uma pena para quem gosta do estilo de Gilberto Braga.
Confira a audiência dos últimos capítulos de outras novelas das 21h:
“Império” – 46 pontos
“Em Família” – 37 pontos
“Amor à Vida” – 48 pontos
“Salve Jorge” – 46 pontos
“Avenida Brasil” – 51 pontos
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Queda de audiência e alta dos lucros
Mas os fiascos e a queda de audiência não atingem somente as novelas globais. O "Jornal Nacional", que já foi considerado o telejornal da família brasileira, não para de despencar. Outros programas da TV Globo também patinam. Na semana passada, o colunista Fernando Oliveira, do site de entretenimento F5, da Folha, revelou que o "'Tomara Que Caia' vai sair do ar em outubro". Criado pelo endeusado Boninho, o programa enfadonho deixará de ser exibido em 4 de outubro, após apenas 12 edições.
"Nos bastidores, é sabido que a TV Globo jogou a toalha. Apesar de reconhecer que o formato tentou inovar, a emissora dificilmente produzirá novos episódios. Internamente, avalia-se que houve erros de escalação de elenco e na mecânica de votação. No lugar do humorístico, devem ser exibidos filmes e, em dois domingos, a nova versão da 'Escolinha do Professor Raimundo'", informa o colunista da Folha. Melancólico fim de mais uma atração da emissora.
Apesar dos fiascos, porém, a famiglia Marinho não tem do que reclamar. Ela continua garfando boa parte da publicidade nativa - inclusive dos anúncios do governo federal, que adora alimentar cobra. Na mesma semana em que os profissionais de "Babilônia" e do "Tomara Que Caia" choraram pelos cantos, os filhos de Roberto Marinho festejavam a divulgação da nova lista de bilionários da revista Forbes. A audiência despenca, mas os lucros aumentam. Veja a lista dos "brasileiros mais ricos":
1º) Jorge Paulo Lemann (R$ 83,70 bilhões)
2º) Joseph Safra (R$ 52,90 bilhões)
3º) Marcel Herrmann Telles (R$ 42,26 bilhões)
4º) Carlos Alberto Sicupira (R$ 36,93 bilhões)
5º) João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho (R$ 23,80 bilhões)
8º) Eduardo Saverin (R$ 17,53 bilhões)
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