GENEBRA, 29 Jun (Reuters) – Os preços do café de alta qualidade podem ser levantados de baixas de dois anos por problemas no clima, que afetam colheitas do Brasil, maior produtor do grão, apesar da demanda continuar complicada, com consumidores sem recursos buscando misturas mais baratas.
O café arábica apresenta um dos piores desempenhos dentre os produtos do setor de commodities e está em dificuldades no ano de 2012, perdendo cerca de 30 por cento de seu valor e atingindo na semana passada a maior baixa desde 2012, um reflexo das preferências do consumidor por misturas mais baratas. Uma colheita abundante do Brasil também é um dos fatores que compõem este contexto.
A colheita maio-setembro de café brasileiro, no entanto, teve um progresso mais lento do que o normal devido a chuvas torrenciais em junho, que não só atrasaram o fluxo de grãos para o mercado, mas também estragaram uma boa parte dos primeiros grãos, prejudicando a qualidade.
“O clima chuvoso vai ter impacto na qualidade da safra atual, além das primeiras florações da lavoura de 2013/14″, disse Andrea Thompson, analista da CoffeeNetwork.
Os períodos de pico de floração das plantações no Brasil acontece nos meses de setembro e outubro, e é crucial para o desenvolvimento da futura safra.
“Têm havido relatos de alguns problemas com fungos na floração irregular da próxima safra, o que deve afetar a qualidade”, acrescentou Thompson.
“Têm havido relatos de alguns problemas com fungos na floração irregular da próxima safra, o que deve afetar a qualidade”, acrescentou Thompson.
Com os preços do arábica tendo atingido a maior baixa dos últimos dois anos na semana passada, sendo cotado a 1,5010 dólar por libra-peso, não muito diferente das estimativas do mercado para o café arábica do Brasil, de 1,10 a 1,40 dólar por libra peso, também há preocupação de que esse nível de preços não vão conseguir se manter, se a produção dos grãos quiser acompanhar o crescimento do consumo.
“Na nossa visão, os presos do café terão que aumentar, se o mercado quiser manter as fábricas brasileiras de café funcionando”, disse Carlos Brando, diretor da P&A Marketing International, exportadora de cafés e de cafeteiras especiais.
“Na nossa visão, os presos do café terão que aumentar, se o mercado quiser manter as fábricas brasileiras de café funcionando”, disse Carlos Brando, diretor da P&A Marketing International, exportadora de cafés e de cafeteiras especiais.
As estimativas oficiais do governo brasileiro para esse ano de alta do ciclo bianual do Brasil é de uma colheita recorde de 50,45 milhões de sacas de 60 kg, ante as 48,09 milhões de sacas no período 2010/11.
Traders privados, cujas estimativas normalmente excedem às do governo, preveem que a safra atual brasileira alcançará um recorde de cerca de 55 milhões de sacas.
“Existe agora preocupações quanto à qualidade da safra. Eu não acho que exista preocupações com o tamanho da safra”, disse uma operadora com sede em Londres.
A consultoria F.O. Licht estima que haverá um pequeno excedente mundial de café, de cerca de 1 milhão de sacas em 2011/12.
“Eu acredito que vai ser muito difícil para o mercado negociar abaixo dos 1,50 dólar por libra-peso, dado o tamanho do crescimento do consumo em escala global. Café não é um produto que se possa aumentar a produção rapidamente, porque nós temos áreas de produção limitadas”, disse Sterling Smith, analista de commodities do Citi Institutional Client Group de Chicago.
Smith prevê que o contrato referência dos futuros do arábica devem flutuar entre cerca de 1,85 e 2,05 dólares por libra-peso até o final de 2012.
Ayrton Costalarge, gerente de vendas da cooperativa Cocapec de Franca, no norte do estado de São Paulo, também vê o preço mínimo do café em cerca de 1,50 dólar, devido ao lento crescimento da oferta em outros países produtores, e ao aumento do consumo.
“Estou confiante de que, a partir de setembro, nós iremos negociar no mercado a 1,80 dólar”
Fonte : Reuters
Café da Terra
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