terça-feira, 25 de setembro de 2012

Oficina do MDA discute maneiras de trabalhar Ater para quilombolas



Encontrar uma maneira de trabalhar no campo seguindo sua cultura e tradição diferenciada é o principal tema do debate entre representantes dos povos e comunidades tradicionais na primeira oficina de constituição da Rede Temática de Assistência Técnica e Extensão Rural Quilombola. O evento, promovido pelo Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Dater /MDA) e pela Coordenação Geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais (CGPCT/MDA), começou nesta terça-feira (25) e termina na quarta-feira (26).
O coordenador-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais do MDA, Edmilton Cerqueira, aponta que o encontro vai servir como base para estruturação da rede que pretende qualificar especificamente povos e comunidades tradicionais levando em consideração suas características. “O MDA está proporcionando esse momento porque foi uma necessidade levantada por eles e queremos ouvi-los e ajudá-los”, explicou.
A criação da Rede Temática de Ater Quilombola foi uma das propostas aprovadas durante o 1º Seminário Nacional de Ater Quilombola, realizado em março deste ano. Como primeiro passo, a oficina reúne representantes de entidades oficiais e da sociedade civil prestadoras de Ater e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Para o coordenador nacional da Conaq, Denildo Moraes, a oficina é importante para que seja reforçado o conceito de que o campo é múltiplo, tem diversidades e que os povos e comunidades tradicionais estão inseridos nesse universo. “As comunidades quilombolas são diferentes em vários quesitos, por isso, tem que haver uma discussão de Ater específica para esse público. Queremos que as entidades prestadoras de Ater também levem em consideração essa diversidade”, ressaltou. “Temos que entender Ater dentro de um conjunto mais amplo, que não vem só com o técnico, é um conjunto de metas e respostas que vem para atender esse povo”, concluiu.
Lúcia Helena Ramos, representante da entidade prestadora de Ater, que atua em Pernambuco, Instituto Vida, espera que por meio da criação da Rede Temática de Ater Quilombola seja possível articular todas as entidades que trabalham com essa atividade. “Isso é importante porque é uma forma de darmos uma visibilidade maior para as políticas e atividades que estamos promovendo com as comunidades”, afirmou.
Com a expectativa de que se forme uma rede temática que discuta fundamentalmente as atividades e ações inerentes à produção dos povos e comunidades tradicionais, Samuel Feldman, representante da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), descreve a oficina como um momento fundamental para reafirmar a história e cultura desses povos. “É uma tradição que precisa ser preservada, que têm valores que precisam ser recuperados, pessoas que precisam produzir, se sustentar e sobreviver dentro do universo da agricultura familiar”, pontuou.
Redes Temáticas
As redes temáticas foram criadas em 2007 com o objetivo de fortalecer e qualificar temas significativos para a agricultura familiar. Atualmente, estão em funcionamento 13 redes que envolvem mais de 500 agentes de assistência técnica e extensão rural e suas respectivas entidades.

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