Mortes de crianças de 1 a 4 anos aumentaram 43,5% em Mato Grosso do Sul entre os anos de 2011 e 2012. É o que aponta relatório divulgado esta semana pelo Conselho distrital de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul. De acordo com o coordenador da entidade, o terena Fernando de Souza, a alta está relacionada a falta de estrutura nas unidades Básicas de Saúde, o que impede um trabalho de prevenção e até mesmo um socorro imediato aos pacientes, que muitas vezes moram em aldeias afastadas da área urbana.
Boca Do Povo News
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Conforme Fernando, do total de mortes, 52% são de doenças infecciosas, em que as causas são evitáveis. “A criança é acometida com uma gripe, por exemplo e sem a medicação básica nos postos o quadro vai se alterando até o óbito. O médico transcreve a receita e muitas vezes o índio não tem acesso nas unidades de saúde das aldeias”, destaca.
De acordo com gráfico apresentado pelas lideranças indígenas, o ano de 2011 registrou 23 mortes de crianças indígenas contra 33 no ano passado. Também chama atenção as mortes na faixa etária de 15 a 19 anos que quase dobrou. Em 2011 foram 28 mortes contra 44 em 2012. Na faixa etária de 30 a 59 anos foram 88 mortes em 2011 contra 113 em 2012.
Impasse
A crise da Saúde indígena gera desconforto entre a coordenação da Sesai e as lideranças indígenas do estado. De acordo com Fernando de Souza, a comunidade cobra a publicação em diário Oficial do chefe da Sesai, Nelson Olazer. Ele pediu exoneração do cargo no último dia 15 durante Conferência Distrital da Saúde Indígena realizada em Campo Grande.
No próximo dia 26 haverá Conferência Nacional para se redefinir uma nova política nacional de Saúde Indígena. “Queremos um plano de ação emergencial para livrar os indígenas da crise que assola as aldeias além de diminuir os impactos da má administração da Sesai”, destaca.
Ao Campo Grande News, o chefe da Sesai Nelson Olazar alega que não suportou a pressão que foi feita e diz ainda que foi vítima de acusações difamatórias. “Me acusaram de incompetência e fizeram insinuações perguntando onde está o dinheiro da Sesai, são incriminações sem foco, sem fundamentos, mas que desgastam”, reclama Olazar.
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