- 20/08/2014 23h22
- Brasília
Iolando Lourenço e Mariana Jungmann - repórteres da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
Ao fim de um dia de reuniões internas e discussões com os outros partidos da coligação Unidos Pelo Brasil, o PSB formalizou hoje (20) a candidatura de Marina Silva à Presidência da República e Beto Albuquerque como vice. Na primeira entrevista como candidata cabeça de chapa, Marina disse que não pretende subir nos palanques onde não houve acordo entre o PSB e a Rede Sustentabilidade. Por outro lado, ela reafirmou compromissos com as bases econômicas que começaram a vigorar com o Plano Real e com o aumento da produtividade e da competitividade do Brasil no agronegócio.
Sobre as alianças regionais, Marina disse que em 14 estados há consenso sobre o apoio de sua coligação nas eleições majoritárias. Nos demais, ela pretende se “preservar” dos palanques com os quais não concordou e o vice Beto Albuquerque representará os compromissos firmados pelo então candidato Eduardo Campos, morto na semana passada em um acidente de avião. São os casos de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, onde Campos apoiava candidatos com os quais Marina se recusa a dividir o palanque.
“O PSB mantém as suas alianças, o Beto representará o PSB com essas alianças e eu estarei com os candidatos do PSB a deputado estadual e federal. Essa é a construção que nós fizemos e é o que está mantido. Os governadores eu já falei, são os governadores onde estamos de comum acordo. Onde não foi possível há o mesmo enquadre e não há mudanças, a única diferença é que a figura de Eduardo passa agora a ser a figura de Beto. E eu continuo preservada de acordo com aquilo que havíamos dito que faríamos”, explicou Marina.
A candidata também foi questionada sobre as divergências com o setor do agronegócio em razão de suas posições ambientalistas. Nesse aspecto, Marina disse que o setor agrário não é “homogêneo” e que não acredita que os produtores rurais brasileiros “reivindiquem produzir sem as preocupações com a agenda ambiental e social”.
A candidata enfatizou a intenção de promover desenvolvimento tecnológico na área rural, de modo a garantir aumento de produtividade com menos exploração de recursos naturais. Ela também disse que pretende trabalhar para implementar o Código Florestal que foi aprovado, mas não tem sido aplicado integralmente.
“Vamos avançar nas vantagens comparativas que temos, transformando-as em vantagens competitivas, como é o caso do etanol, a geração distribuída de energia com o bagaço da cana-de-açúcar, o manejo sustentável das florestas. Quando era ministra do Meio Ambiente fui capaz de aprovar uma lei de concessão das florestas que poderá fazer o Brasil ter um grande potencial em termos econômicos. O Brasil é um país que tem na sua agricultura, tanto no que chamamos de agronegócio, como na agricultura familiar, uma base importante da sua economia”, disse.
Sobre as bases econômicas caso seja eleita, a candidata reafirmou o compromisso com as metas de inflação, o câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal. Marina Silva também disse que Eduardo Campos defendia a autonomia do Banco Central e que isso está sendo estudado pela equipe técnica de sua campanha para ser transformado em proposta. Segundo ela, se a conclusão for favorável tecnicamente, a proposta deve ser adotada como queria Campos. “A questão da autonomia do Banco Central nunca foi um problema entre nós”, disse Marina.
Amanhã (21) pela manhã está prevista uma reunião entre todos os partidos da coligação para que a candidatura de Marina possa ser homologada formalmente. Questionado sobre a intenção de alguns partidos de retirarem o apoio com a nova candidata, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse que tem conversado com todos e não recebeu esse comunicado. Ele disse que não acredita que juridicamente isso seja possível, mas que pretende ouvir a todos nesta quinta-feira. A intenção da coligação é formalizar o pedido de registro de Marina Silva e Beto Albuquerque no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira (2
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