terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ebola: Ministério da Saúde prepara equipes em simulação no aeroporto de Guarulhos


Posted: 16 Sep 2014 01:08 PM PDT
Ministério da Saúde anunciou a realização de uma simulação no aeroporto de Guarulhos (Aeroporto Internacional de São Paulo), nesta terça-feira (16), para colocar em prática as medidas adotadas em resposta a um eventual caso suspeito de Ebola em viajante internacional.
O exercício começou a ser realizado às 15h no aeroporto e será concluído no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, hospital de referência para estes casos no estado. A ação será realizada em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
A chegada de pessoas contaminadas pelo vírus Ebola no país é pouco provável, foi o que afirmou o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, em entrevista ao Blog do Planalto. De acordo com ele, a simulação faz parte de uma estratégia preventiva da Pasta para capacitar as equipes envolvidas na identificação e atendimento de possíveis casos, e também para testar os procedimentos do protocolo de atendimento.
“Nós temos hoje uma simulação acontecendo no estado de São Paulo, simulando um caso que chegasse em um avião com destino a Guarulhos, a principal porta de entrada do País, responsável por quase 60% de todas as chegadas internacionais. (…) Com isso o que nós queremos? Testar se todos os procedimentos que estão planejados, se eles estão adequados para a realidade daquele aeroporto. Nós vamos testar então todas as etapas, isso serve como uma capacitação para que as equipes envolvidas no aeroporto, no transporte, no hospital de atendimento, estejam familiarizadas com todos os protocolos. Isso dá mais segurança para as equipes diante de uma situação real que, mesmo pouco provável, se acontecer, eles estarão melhor preparados.”
Uma simulação semelhante ocorreu há duas semanas no aeroporto do Galeão (Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim), no Rio de Janeiro (RJ), a segunda maior porta de entrada internacional do País. A próxima simulação deverá ocorrer em um porto internacional.
De acordo com o secretário, o Ministério está incentivando as secretarias estaduais a também realizarem simulações locais.
Caso Acre
Na conversa com o Blog, o secretário também falou sobre rumores de que seria possível a entrada no Brasil, pelo estado do Acre, de imigrantes contaminados pelo vírus provenientes dos três países com transmissão disseminada do Ebola – Serra Leoa, Libéria e Guiné.
“É muito improvável”, afirmou. Ele explicou que, primeiro, aqueles que fazem uma migração longa como essa geralmente são pessoas saudáveis. Segundo, todo aeroporto e porto internacionais dos três países africanos, estão fazendo a triagem na saída. Neste caso, se a pessoa apresenta algum sintoma ela não pode viajar. O terceiro motivo é que a viagem geralmente dura vários dias, um período de tempo em que, se a pessoa estiver no estágio de incubação, provavelmente adoecerá antes de chegar ao destino.
Além destes três motivos, Barbosa também esclareceu que a política do Brasil de acolhimento aos imigrantes estrangeiros também funciona como uma barreira sanitária eficaz.
“O Brasil acolhe essas pessoas. Então, todos os migrantes que chegam pela fronteira terrestre, eles procuram quase que imediatamente, as organizações do Estado: o Ministério do Trabalho para tirar carteira de trabalho; a Polícia Federal para fazer o registro e pegar o protocolo do pedido de asilo… Essa maneira que o Brasil faz, de acolher é exatamente a melhor maneira porque permite uma identificação rápida. E se houver qualquer caso suspeito, ele é encaminhado imediatamente pelo protocolo do Ministério para a unidade de saúde e daí transferido em condições seguras para ele e para a equipe de saúde até a unidade de referência para o tratamento”, esclareceu.
Para os servidores destes órgãos e dos demais de assistência social em contato com imigrantes, não há risco de transmissão, porque o Ebola não é transmitido pelo ar.
O contato social não transmite Ebola. Para transmitir o Ebola, a pessoa precisa ter contato com o sangue ou com secreções – vômito, fezes, urina – de uma pessoa infectada. Ou seja, o fato de atender uma pessoa na passagem da fronteira, receber o passaporte, dar um documento, não é capaz de transmitir o vírus Ebola”, finalizou.

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