segunda-feira, 3 de agosto de 2015

CULTIVO DE CAFÉ EM CONJUNTO COM CAPIM BRAQUIÁRIA REQUER CUIDADOS




Para que o plantio de determinadas culturas agrícolas tenha sucesso, alguns fatores são determinantes, como condições climáticas, ambiente e solo. Sendo assim, uma mesma produção pode apresentar resultados diferentes se cultivados em regiões onde as características se divergem.

Neste sentido, o manejo da lavoura é outro ponto determinante para o desenvolvimento da atividade. Ao passo que, ao ser identificado qualquer problema com a cultura, é necessário uma inspeção profissional na área de produção.

Tomando como base o café conilon, pode-se dizer que a produção do café juntamente com o capim braquiária é uma boa oportunidade, pois existem vantagens nesse consórcio. Existem estudos que comprovam experiências bem-sucedidas do plantio da gramínea em cafezais voltados para a produção de massa, o que resulta em um aumento significativo da fertilidade do solo, além de sequestro de carbono.

CONSÓRCIO 

Mas, caso o produtor opte por essa plantação em consórcio, é preciso ter um cuidado com o controle que será aplicado ao capim e se este é o ideal. Para uma conclusão sem margem de erros, é preciso que, antes da implantação das culturas, o produtor saiba qual é o tipo de solo, faça a correção da acidez, adubação e outros tratos culturais. Muitas vezes, o fracasso deste consórcio encontra-se no manejo inadequado.

O capim braquiária, principalmente o brizantha, é responsável por causar o efeito da alelopatia, um fenômeno químico provocado por uma toxina seletiva desenvolvida por ácidos existentes nas gramíneas. No entanto, isto ocorre somente se não houver um manejo adequado da lavoura.

Com o uso adequado de corretivos, herbicidas e revolvimento do solo nas faixas de plantios das culturas implantadas em consórcios ou nas áreas que foram pastagens anteriormente, não existirão barreiras que impeçam o desenvolvimento da outra cultura, ou seja, do café.

Sendo assim, o café pode até mesmo tirar proveito da associação com a braquiária, caso o manejo seja adequado, pois a roçagem constante do capim acaba promovendo uma cobertura morta, o que evita a exposição do solo e, consequentemente, a maior perda de água. Além disso, irá impedir a germinação e o desenvolvimento de outras plantas. Mas isso não impede de, quando necessário, fazer uso de herbicida específico para eliminar o capim e manter a cobertura morta.

A cultura do café só será prejudicada pelo consórcio com a braquiária se ele não passar pelos tratos culturais necessários e não receber um manejo apropriado. Caso contrário, à medida que a planta do café for se desenvolvendo bem nutrida e for ganhando altura, o capim irá cedendo área.

Fonte: Região Noroeste via CCCMG
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Fábio Lúcio Martins Neto comentou em: 29/07/2015 08:46

Café com braquiária

Pessoal.
A implantação, manejo e avaliação de sistemas de consórcios com cafeeiros exige uma visão integrada e sistêmica da relação solo-planta. 
Pesquisa recebente desenvolvida na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP) por Adriene Pedrosa e equipe do Professor e Pesquisador José Laércio Favarin mostrou que o consórcio com braquiária (Brachiaria decumbens) aumentou a granação dos frutos e a produtividade de café e reduziu quase pela metade a perda de água pelo solo no período seco, contribuindo para um menor estresse hídrico e maior crescimento do cafeeiro no período seco de outono-inverno. Além disso, no sistema de consórcio ocorreram menores perdas de nitrogênio (N) por lixiviação.
Mas cuidado. Neste sistema, os cafeeiros podem crescer menos no período seco. Por isso a gramínea deve ser mantida apenas nas entrelinhas. Em cafeeiros novos, deve-se manter uma distância mínima de pelo menos 20 centímetros entre a braquiária e o cafeeiro.
Com adubações nitrogenadas e manejo da braquiária adequados, a competição por N entre o cafeeiro e a braquiária é pequena e não causa prejuízo ao crescimento e à produtividade do cafeeiro. Mas pode acontecer que grande parte do N presente na biomassa da gramínea consorciada e disponibilizado às plantas no solo seja temporariamente imobilizado por microrganismos do solo, sendo novamente disponível para as plantas posteriormente.
A consorciação pode aumentar a sustentabilidade dos sistemas de produção de café.

TAGS: consórcio, sustentabilidade, gramínea
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Elifas Nunes de Alcântara comentou em: 29/07/2015 17:14

Braquiária nas entrelinhas

Meus caros colegas de trabalho.
Tenho conduzido há muitos anos experimentos com controle de mato em cafeeiros. Não concordo com as novas ideias de plantio de Braquiaria nas entrelinhas do cafeeiro. Apesar das melhorias das condições físicas e químicas do solo, que é resultado do aumento do teor de matéria orgânica do solo, não temos tido como resultado  melhoria sobre a produção cafeeira. Portanto, este processo deve antes ser mais estudado, pois nós temos visto que a Braquiária, é uma planta que vegeta mesmo em períodos secos, e neste caso durante o período seco, ela retira do solo a água que estaria disponível para o cafeeiro. Isto sem dizer que dependendo da espécie de Braquiária, pode ser hospedeira de nematoides.  No período das águas, ela compete com o cafeeiro por nutrientes.  A técnica que estão divulgando,  é plantar Braquiária nas entrelinhas e adubar.  Então pergunto:  esta prática não custa nada para o cafeicultor?  Em experimento de manejo de mato conduzido há 38 anos em São Sebastião do Paraíso, temos obtido uma produção de 20 sacas beneficiadas por ha, em tratamento com entrelinha sem capina  onde a Braquiária é a planta que domina em 90% a infestação da entrelinha.  Por outro lado, o tratamento sempre  mantido no limpo, produz em torno de 40 sacas/ha. Portanto, a meu ver,  não observo nenhuma vantagem nesta prática. E por isso considero um retrocesso esta prática que está sendo divulgada,  pois tendo os dados que temos e que já foram divulgados  em diversos  simpósios e congressos cafeeiros, não posso, para ser honesto comigo mesmo,  concordar com isso. Pois podemos dizer que  é o mesmo que substituir o mato nativo do cafeeiro por Braquiária.  Agora, se o cafeicultor quer adubar a Braquiária  durante as águas, e desseca-las durante o período seco, acredito que possa realmente conduzir uma lavoura com resultados razoáveis para o cafeeiro.  Mas,  pergunto novamente:  Quanto custaria  adubar aBraquiária? Pois como já observamos,  a melhoria das condições do solo, não tem resultado em melhorias na produção.  Nós já temos alguns resultados sobre isso e sabemos que o cafeeiro  já implantado, exige água e nutrientes. Mas mesmo assim, ainda precisamos testar melhor esta ideia e verificar o retorno disso tanto em ganhos para o meio ambiente como para o produtor, antes de divulga-la.
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