quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Mulheres decididas

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quarta-feira, 12 Agosto, 2015 - 18:00
Foto: Soraya Brandão/MDA
Na luta por inclusão, melhores condições de trabalho, acesso à terra, saúde, moradia e outras importantes conquistas, cerca de 70 mil agricultoras familiares, de todo o país, viajaram por até quatro dias, para marchar rumo ao sonho de ter um campo mais justo, inclusivo e sustentável. São ‘Margaridas’, mulheres guerreiras, que acordam com o sol para enfrentar múltiplas jornadas, como é o caso de Antônia Faria Campos, que veio do Assentamento Nova Vida, em Upanema (RN), e esteve presente em todas as cinco edições da Marcha das Margaridas.
Assentada há 16 anos, ela conta que antes da primeira marcha as agricultoras não tinham uma identidade. “Foi a partir do que vimos, ouvimos e debatemos na primeira ‘Marcha’, em 2000, que passamos a nos reconhecer agricultoras de verdade e iniciar uma trajetória de luta por inclusão, melhorias e autonomia”.
Antônia conta, ainda, que logo quando voltou da primeira Marcha, passou em uma seleção do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) para ser educadora no assentamento e passou a se dividir entre a roça e a as aulas do EJA (Educação de Jovens e Adultos). “Mas não parei por aí. Organizei reuniões com as mulheres do assentamento para contar o que havia aprendido na Marcha. Logo formamos um grupo de mulheres, hoje com 35 participantes, e fomos atrás de melhorias como: cooperativas para comercializar nossa produção, cursos de capacitação, aposentadoria para os idosos, saúde e lazer para o assentamento. Ganhamos autonomia, liberdade e o respeito da nossa comunidade e de todos na cidade”, completou.
“Vi o campo mudar e sou orgulhosa por ter participação nessa mudança. Hoje sou agente de saúde e tenho dois filhos cursando Educação no Campo, na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). Há 16 anos, isso seria impossível”, diz orgulhosa a agricultora.
Sangue novo
Participando pela Primeira vez da Marcha, a jovem agricultora, Ediane Rocha Alkimin, do município de Irinopolis (SC), 27 anos, casada, está comprando terra pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). "Está sendo uma experiência incrível, muito produtiva. Saio daqui fortalecida e pronta pra seguir na luta".
Saiba mais
A Marcha das Margaridas homenageia a trabalhadora rural paraibana, Margarida Maria Alves (1943-1983), que durante 12 anos, presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida incentivava as trabalhadoras e os trabalhadores rurais a buscarem na justiça a garantia de seus direitos. Dos frutos do seu trabalho está a fundação do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural.
A mobilização nacional, realizada desde o ano 2000, é voltada para todas as mulheres: do campo, como as agricultoras familiares e assentadas da reforma agrária e do Crédito Fundiário; das águas, como as pescadoras artesanais, marisqueiras, ribeirinhas; das florestas, entre elas as extrativistas e as silvicultoras; e das cidades, aquelas que moram nas áreas urbanas em todo o país.
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