Sindicato dos Jornalistas do PR critica declaração de deputado sobre repórter de afiliada da Globo

Redação Portal IMPRENSA | 14/08/2015 10:00

O Sindicato dos Jornalistas do Paraná criticou, em nota, as declarações do deputado estadual e pastor Edson Praczyk (PRB) em relação à repórter Paola Manfroi, da RPC, afiliada da Globo no estado. O político insinuou que ela trocou favores sexuais para conseguir informações.

Crédito:Divulgação

Sindicato repudiou declaração machista de deputado contra jornalista

Na última segunda-feira (10/8), durante sessão na Assembleia Legislativa, o deputado questionou: "Como um processo do Ministério Público que corre em segredo de Justiça chegou ao conhecimento de uma jornalista, e eu, que faço parte do processo, não conhecia? O que essa jornalista deu para conseguir essas informações privilegiadas?."

A reportagem, exibida em maio, informou que o assessor e chefe de gabinete do deputado, Luiz Alberto de Lima, solicitou os documentos da dona de casa Rosimere de Amorim para uma "noite de bençãos". A mulher, entretanto, teria sido nomeada por Praczyk e nunca prestou serviços à Alep.

"O mesmo político já tinha usado palavras de baixo calão para se referir a jornalistas que cumpriam com o seu dever, questionando as irregularidades apontadas pelo Ministério Público. Desta vez, porém, há o sério agravante do machismo", disse o sindicato.

Para a entidade, a fala do político se configura como quebra de decoro. O sindicato informou que estuda tomar medidas judiciais contra ele e que encaminhará o caso à presidência da assembleia. A RPC também questionou a atitude do deputado e repudiou "qualquer tentativa de agressão a jornalistas".

 

À Folha de S.Paulo, o advogado do deputado, Leonardo Brito, disse que não houve nenhuma intenção de atacar a jornalista. A fala do político, segundo ele, tem sido distorcida pela imprensa do Paraná. "O discurso dele é formal o tempo todo. Em momento algum ele usa uma figura de linguagem. Ele gostaria de saber como ela conseguiu uma informação que está sob segredo de Justiça. A fala é calma, serena. Ele não teria motivo para atacar a jornalista", acrescentou.