quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cresce interesse de organizações por nível superior; salário médio difere em mais de 219%


Com salário médio de R$ 4.135,06, o pessoal assalariado de nível superior, no Brasil, apresenta-se 219,4% acima do pessoal sem nível superior, cuja média salarial é de R$ 1.294,70. Mas é a diferença de crescimento entre os dois níveis de assalariados (8,5%, com nível superior, contra 4,4% sem nível superior) que traduz melhor o interesse crescente do mercado empregador em contratar pessoal desse nível.

IBGE
Os dados são do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) que analisou 5,1 milhões de organizações em 2011, das quais 89,9% eram Entidades Empresariais, que absorveram 75,5% do pessoal ocupado total, 72,4% do pessoal ocupado assalariado e pagaram 63,4% dos salários e outras remunerações. Apesar de predominantes, as Entidades Empresariais pagaram os salários mensais mais baixos (em média, R$ 1.592,19). A Administração Pública, embora com somente 0,4% das organizações (18,1% do pessoal ocupado total, 20,9% do pessoal ocupado assalariado e 30,2% dos salários e outras remunerações), pagou os mais elevados (R$ 2.478,21). As Entidades sem Fins Lucrativos (9,7% das organizações) ficaram em segundo lugar, com R$ 1.691,09. Elas foram responsáveis por 6,4% do pessoal ocupado total, 6,6% do pessoal ocupado assalariado e 6,3% dos salários pagos no ano.
As empresas e outras organizações formais ativas ocuparam 52,2 milhões de pessoas, sendo 45,2 milhões (86,6%) de assalariados e 7,0 milhões (13,4%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações somaram R$ 1,0 trilhão, com salário médio mensal de R$ 1.792,61 (3,3 salários mínimos). Na comparação com 2010, o total de salários e outras remunerações aumentou 8,0 % e o salário médio mensal, 2,4%, em termos reais. O número de empresas e outras organizações ativas manteve-se o mesmo, mas o pessoal ocupado total cresceu 4,9% (2,4 milhões), o pessoal ocupado assalariado, 5,1% (2,2 milhões) e o número de sócios e proprietários, 3,8% (256,2 mil).
O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas de empresas e outras organizações (administração pública, entidades sem fins lucrativos, pessoas físicas e instituições extraterritoriais), formalmente constituídas, presentes no país, e suas respectivas unidades locais (endereços de atuação das empresas e outras organizações). A publicação completa está disponível na página
Comércio lidera no pessoal ocupado assalariado pelo segundo ano
A análise das atividades econômicas desenvolvidas pelas empresas traz, pelo segundo ano consecutivo, o destaque da seção Comércio como a atividade que mais absorve pessoal ocupado assalariado, com 8,5 milhões de pessoas (18,9% do total), seguida das Indústrias de transformação com 8,2 milhões (18,2%) e daAdministração pública com 7,7 milhões de pessoas (17,0%). Seguem-se Atividades administrativas e serviços complementares e Construção, com 4,1 milhões (9,0%) e 2,9 milhões (6,4%), respectivamente. Entre 2010 e 2011, foram gerados 2,2 milhões de novos vínculos, sendo 499,5 mil (22,9%) no Comércio, 271,7 mil (12,4%) naAdministração pública, defesa e seguridade social e 269.620 (12,3%) na Construção.
Eletricidade e Gás paga o maior salário médio mensal: R$ 5.567,73
Os maiores salários médios mensais foram pagos por Eletricidade e gás (R$ 5.567,73), seguido por Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 4.213,65), enquanto os menores foram pagos porAlojamento e alimentação (R$ 858,92) e Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.110,16).
Nível superior paga R$ 4.135,06 e participação relativa é de 17,1%
Na análise do pessoal ocupado assalariado segundo o nível de escolaridade, 82,9% não tinha nível superior e 17,1% tinha, com percentuais respectivos de crescimento de 4,4% e 8,5%. A participação relativa aumentou 0,6 ponto percentual, entre 2010 e 2011, passando de 16,5% para 17,1%. No ano anterior, o aumento do pessoal ocupado com nível superior havia sido de 7,6%.
A diferença salarial chega a 219,4%: para o nível superior, o salário médio é de R$ 4.135,06 e, sem nível superior, R$ 1.294,70.
Homens recebem 25,7% a mais que mulheres
Quanto ao sexo, o aumento do número de mulheres, entre 2010 e 2011, foi superior ao de homens, 5,7% e 4,7%, respectivamente, mas os homens continuam a predominar, numericamente (57,7% contra 42,3%) e continuam a ganhar mais: em média, R$ 1.962,97, 25,7% a mais do que a média recebida pelas mulheres (R$ 1.561,12). As mulheres receberam o equivalente a 79,5% dos salários dos homens, porém seus salários médios tiveram um aumento real ligeiramente superior: 2,5% contra 2,4%.
Salários mensais nas Indústrias extrativas cresceram 37,5%
Os salários médios mensais cresceram 8,7%, em termos reais, entre 2008 e 2011. Em 12 das 20 atividades analisadas, o aumento foi acima da média (8,7%), destacando-se Indústrias extrativas (37,5%), Artes, cultura, esporte e recreação (23,9%) e Construção (20,1%). Atividades administrativas e serviços relacionados eComércio, atividades que, tal como Construção se destacaram na geração de novas ocupações, também apresentaram aumentos reais acima da média, 16,5% e 15,2%, respectivamente. Por sua vez, os salários dasIndústrias de transformação e da Administração pública, defesa e seguridade social aumentaram abaixo da média, 7,8% e 5,3%, respectivamente.
Entre 2008 e 2011, foram gerados 6,8 milhões de novos vínculos formais
O pessoal assalariado passou de 38,4 milhões para 45,2 milhões. entre 2008 e 2011, o que representa um saldo de 6,8 milhões. Deste, 46,8% foram gerados em três seções: 21,8% na seção Comércio, 13,2% emConstrução e 11,8% em Atividades administrativas e serviços complementares.
Comércio lidera geração de emprego em todas as regiões
Entre 2008 e 2011, foram gerados nas Regiões Nordeste e Norte, 1,6 milhão e 463,0 mil de novos vínculos empregatícios, respectivamente, com destaque para as atividades de Comércio, com 21,7% e 20,8%, e de Construção, 20,2% e 15,4% e Administração Pública, com 10,7% e 11,6%, respectivamente. Na Região Sudeste foi gerado um saldo de 3,1 milhões de novos vínculos, sendo 21,7% no Comércio, 14,4% em Atividades Administrativas e 10,7% em Construção. Na Região Sul, com geração de 1,0 milhão de novos assalariados, os destaques ficaram com Comércio, 24,2%, Indústria de Transformação, 18,12% e Atividades administrativas, 12,1%. Na Região Centro-Oeste, foram criados 577,6 mil novos vínculos, sendo as principais atividades responsáveis pela geração desses novos assalariados: Comércio, 21,6%, Atividades Administrativas, 11,9% e Saúde humana e serviços sociais, 11,7%.
Administração Pública apresentou queda de participação em todos os municípios das capitais e Construção, o maior ganho
Os municípios que obtiveram as maiores perdas de participação de pessoal assalariado, em Administração pública, defesa e seguridade social, foram: Palmas (-13,6 p. percentuais), Porto Velho (-12,2 pp), Manaus (-11,1 pp), Recife (-9,3 pp) e São Luis (-7,3pp), que são municípios de unidades das regiões Norte e Nordeste, onde a participação da Administração Pública costuma ser mais alta. Já Construção foi a atividade que mais se destacou em termos de ganhos de participação. Apenas Vitória apresentou queda na participação dessa atividade (-0,6 pp). Os maiores ganhos de participação foram apresentados em Porto Velho (+14,8 pp), Maceió (+5,9 pp), Fortaleza e Salvador (+3,9 pp) e São Luís (+3,8 pp), capitais onde a atividade de Construção foi a maior responsável pela geração de novos assalariados.
Salários maiores no Sul, SE e Distrito Federal, mas crescem mais no Norte e NE
Com relação aos salários dos municípios das capitais, observa-se que os localizados nas Regiões Sul e Sudeste, além do Distrito Federal, apresentaram os maiores valores reais, tanto em 2008 como em 2011, enquanto os localizados nas Regiões Norte e Nordeste do País apresentaram os menores valores. Contudo, foi possível observar que o crescimento do salário real foi mais elevado nos municípios das capitais das Regiões Norte e do Nordeste do País e mais baixo no Distrito Federal e nos municípios das capitais da Região Sudeste. Apesar de terem apresentado os maiores crescimentos, os salários nas capitais da Região Nordeste ainda permaneceram os mais baixos.

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