
Aliado de Marina comete "sincericídio" e antecipa que ela é candidata
Marina Silva recebeu convites do PEN, PPS, PTB, PHS, PDT e para ser vice de Eduardo Campos, no PSB. Alfredo Sirkis faz fogo amigo , mas confirma: "ficarei com Marina como candidata presidencial", mesmo diante do risco de que prevaleça a postura de ficar "à mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV". Para o deputado carioca, Marina "às vezes falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, reage mal a críticas e não estabelece alianças estratégicas com seus pares". Por Antônio Lassance.
Antônio Lassance (*)
Brasília - Ninguém até agora percebeu que a parte mais importante da carta aberta divulgada pelo deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), em seu blog, não é o fogo amigo contra Marina Silva e a Rede. É a declaração de que "ficarei com Marina como candidata presidencial", mesmo diante do risco de que prevaleça a postura de ficar "à mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV".
A decisão de Marina será anunciada hoje. Ela recebeu convites do PEN, PPS, PTB, PHS, PDT e para ser vice de Eduardo Campos, no PSB.
Se a decisão de Marina ser candidata agradou a Sirkis, ela demorou demais para tomar uma decisão e fez uma escolha que não é o da predileção do deputado carioca. Isso o irritou a ponto de ameaçar deixar a Rede, opinando que o grupo é tão heterogêneo que talvez não tenha vocação para se tornar um partido capaz de governar o país.
"Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar o país. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer ser partido atrapalha" – disse Sirkis.
O parlamentar, que se desligou do Partido Verde (PV), já havia cogitado ir para o PSB, caso Marina não fosse candidata, ou para o PPS. Mas a decisão tomada por Marina pode ter contrariado seu ex-colega de PV e motivado a orientação, dada por ela, de deixar os parlamentares livres para optarem pelo caminho que acharem melhor, independentemente da escolha que ela própria venha a fazer. Contra o relógio, Sirkis reclamou: "tenho oito horas para enfrentar um leque de decisões, todas ruins em relação ao que fazer".
Para o deputado carioca, Marina "às vezes falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares".
A novidade da madrugada do dia seguinte ao da derrota no TSE foi a oferta feita pelo PDT. Carlos Lupi, presidente nacional da legenda, e, pelo que se sabe, com o apoio dos deputados Miro Teixeira (RJ) e José Antônio Reguffe (DF) e do senador Cristovam Buarque (DF), cortejou a ex-senadora e disse que o PDT está disposto a deixar o Ministério do Trabalho para apoiar sua candidatura como adversária de Dilma. Seria uma saída honrosa para um partido acusado de irregularidades em convênios e ameaçado de ser novamente despejado daquele ministério.
Qualquer que seja a escolha a ser feita neste sábado (5), o fato é que pelo menos uma parte da turma da sustentabilidade, Sirkis à frente, será obrigada a cometer um hediondo crime ambiental: terá de engolir sapos.
A decisão de Marina será anunciada hoje. Ela recebeu convites do PEN, PPS, PTB, PHS, PDT e para ser vice de Eduardo Campos, no PSB.
Se a decisão de Marina ser candidata agradou a Sirkis, ela demorou demais para tomar uma decisão e fez uma escolha que não é o da predileção do deputado carioca. Isso o irritou a ponto de ameaçar deixar a Rede, opinando que o grupo é tão heterogêneo que talvez não tenha vocação para se tornar um partido capaz de governar o país.
"Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar o país. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer ser partido atrapalha" – disse Sirkis.
O parlamentar, que se desligou do Partido Verde (PV), já havia cogitado ir para o PSB, caso Marina não fosse candidata, ou para o PPS. Mas a decisão tomada por Marina pode ter contrariado seu ex-colega de PV e motivado a orientação, dada por ela, de deixar os parlamentares livres para optarem pelo caminho que acharem melhor, independentemente da escolha que ela própria venha a fazer. Contra o relógio, Sirkis reclamou: "tenho oito horas para enfrentar um leque de decisões, todas ruins em relação ao que fazer".
Para o deputado carioca, Marina "às vezes falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares".
A novidade da madrugada do dia seguinte ao da derrota no TSE foi a oferta feita pelo PDT. Carlos Lupi, presidente nacional da legenda, e, pelo que se sabe, com o apoio dos deputados Miro Teixeira (RJ) e José Antônio Reguffe (DF) e do senador Cristovam Buarque (DF), cortejou a ex-senadora e disse que o PDT está disposto a deixar o Ministério do Trabalho para apoiar sua candidatura como adversária de Dilma. Seria uma saída honrosa para um partido acusado de irregularidades em convênios e ameaçado de ser novamente despejado daquele ministério.
Qualquer que seja a escolha a ser feita neste sábado (5), o fato é que pelo menos uma parte da turma da sustentabilidade, Sirkis à frente, será obrigada a cometer um hediondo crime ambiental: terá de engolir sapos.
Fotos: José Cruz/ABr
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